Há séculos que o uso de cobre no combate a bactérias e micróbios é percebido. No entanto, somente em 2008 que sua eficácia foi cientificamente comprovada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, na sigla em inglês). O cobre e suas ligas, como latão e bronze, podem chegar a eliminar até 99,9% de bactérias em duas horas, quando limpos regularmente, dentro do programa rotineiro de desinfecção.

Apesar da constatação, o processo de revestir o mobiliário de instituições de saúde com o cobre ainda é uma prática incipiente no mundo. O Ambulatório de Doenças Infecciosas, em North Shore-Long Island Jewish Health (EUA), mostrou que o uso do metal aplicado na superfície de contato de braços de cadeiras para coleta de sangue e bandejas, entre outros materiais, pode tornar o ambiente inóspito a bactérias infecciosas. O estudo foi apresentado durante a Conferência de Inter-Ciência sobre Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia (ICAAC), em Boston, Estados Unidos.

Além disso, as provas demonstraram que o cobre é também efetivo para a redução da carga bacteriana nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os testes foram em três hospitais dos Estados Unidos: Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York; Universidade Médica da Carolina do Sul e Centro Médico Ralph H. Johnson VA, ambos em Charleston, Carolina do Sul.

Benefícios

De acordo com o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), Antônio Maschietto, o uso do metal acarreta uma série de benefícios às entidades de saúde. São eles: economia mundial de US$ 9,7 bilhões a US$ 13 bilhões no custo dos hospitais, representando uma redução de 12% a 17% nos gastos das entidades; redução indireta de óbitos devido à diminuição das infecções hospitalares; processo sustentável por não representar perigo à saúde do paciente e ao meio ambiente; entre outros.

“É importante frisar que revestir o mobiliário com o cobre é uma solução complementar de combate às infecções bacterianas. Os hospitais têm de continuar cumprindo os procedimentos de praxe, como lavar as mãos, desinfetar os materiais, etc. Para se ter uma idéia, as infecções hospitalares aumentam o período de internação de um paciente para uma média de dez dias”, disse Maschietto.

Ainda de acordo com o executivo, um estudo constatou que quatro horas após a desinfecção de uma sala, as bactérias voltam ao local. “E o custo é praticamente zero para a implementação da solução, pois as vantagens decorrentes superam os 5% a 10% de aumento de gastos com produtos”, explicou Maschietto.

O Procobre, que é uma instituição sem fins lucrativos, está disseminando os casos de sucesso em relação a técnica, com o intuito de desenvolver os mesmos testes em hospitais e ambulatórios brasileiros.

Impactos

Atualmente, a média de óbitos de pacientes que contraem infecção após procedimentos cirúrgicos ou internações é de 45 mil em 12 milhões de internações anuais no País. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 13% e 15% dos pacientes internados adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização.

Segundo informou o Procobre, nos EUA, cerca de dois milhões de americanos contraem infecções hospitalares por ano, sendo que 100 mil morrem em decorrência disso, custando aos cofres públicos prejuízos de cerca de US$ 30 bilhões.

“O desenvolvimento de antibióticos não está conseguindo combater o surgimento de novas bactérias. O cobre é uma alternativa, pois consegue eliminar até as bactérias mais resistentes”, destacou.

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