INTERNACIONAL

Veto presidencial

Não fizeram diferença nem as propostas dos parlamentares e nem a aprovação de 72% dos norte-americanos. O presidente George W. Bush vetou o projeto que previa ampliação da cobertura médica para crianças. Por outro lado, um mês antes, na Califórnia, o governador Arnold Schwarznegger, também do Partido Republicano, apresentou proposta para que o Estado tenha cobertura universal, por meio de um sistema financiado por empregadores e pelo governo. A proposta do governador está alinhada aos interesses dos trabalhadores. Uma pesquisa realizada em abril pelo National Business Group on Health mostrou que este é considerado o benefício mais importante pelos funcionários.

Ásia: o continente da TI em saúde 

Em outubro, uma pesquisa realizada pela Springboard Research mostrou que a Ásia (China, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã) foi responsável por 59% dos gastos em TI este ano, totalizando US$ 3,4 bilhões.

De olho neste potencial de mercado, no mesmo mês, Cisco e Microsoft decidiram fortalecer seus negócios na região. A Cisco formou joint venture com a Satyam Computer Services Ltd. e destinará US$ 100 milhões para seu programa de inovação na Índia. A Microsoft decidiu apostar na Tailândia e adquiriu a Global Care Solutions, especializada em software para hospitais.

Mudanças climáticas

O primeiro impacto do aquecimento global é na saúde das pessoas. Com isso, a OMS determinou que o Dia Mundial da Saúde em 2008 terá como tema a proteção sanitária diante das mudanças climáticas. Em outubro, o estudo “Saúde do Planeta, dos Lugares e das Pessoas” constatou que até 2050 o número de vítimas de infarto e doenças respiratórias poderá triplicar, por conta das ondas de calor.

No Brasil, de acordo com o estudo “Mudanças do Clima”, do Núcleo de Assuntos Estratégicos divulgado em fevereiro, o principal impacto deverá ser o aumento da incidência de malária e dengue.

ECONOMIA

Papéis aquecidos na Bolsa

Um mês depois de abrir capital, a Amil deu início à venda de ações na Bovespa. Na venda das ações ordinárias, primárias e secundárias, a operadora obteve lucro de R$ 775 milhões. As ações da empresa estão sendo negociadas no Novo Mercado. Com a estréia na Bovespa Holding, a operadora conseguiu arrecadar R$ 1,218 bilhão com a oferta de ações ordinárias (com direito a voto), primárias e secundárias, que foram vendidas a R$ 14,00 cada, dentro da estimativa de variação entre R$ 13,50 a R$ 18,50.

A Sul América também teve sua estréia com alta de quase 2% nos papéis. A seguradora ingressou no Nível 2 de Governança Corporativa, o que deu início às negociações das units, formadas por uma ação ordinária e duas preferenciais. O valor de cada ação estava fixado em R$ 31,00.

GESTÃO

Gestão de Energia

Em outubro, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e a Dalkia fecharam um contrato de 15 anos para a operação global de infra-estrutura e gestão de energia. Esta operação envolve ao todo nove hospitais, totalizando mais de 2 mil leitos.

O contrato inclui a gestão das utilidades, como ar condicionado e eletricidade, melhoria da qualidade da infra-estrutura e segurança sanitária dos estabelecimentos. Atuando nas áreas de compra, transformação e uso de energia, a parceria permitirá a redução e o controle do consumo de eletricidade, água, gás e diesel.

Também estão incluídos os chamados serviços ambientais, com conservação e limpeza hospitalar, análise da qualidade da água, certificação de caldeiras, emissão de laudos de qualidade e controle bacteriológico, além da gestão de contratos de terceiros.

Qualidade

Outubro foi um mês de comemoração para o Fleury, com a conquista da certificação do College of American Pathologists (CAP), selo internacional de qualificação de serviços de análises clínicas e de patologia. A avaliação durou três dias e foram analisados mais de três mil itens. Com a acreditação, o Fleury pretende ampliar a exposição de seus serviços no cenário internacional, para hospitais, laboratórios e indústria farmacêutica. O Fleury também tem as certificações da ISO 14001, CRF 21, NGCLS.

INVESTIMENTOS

Cabo de guerra: Governo e Setor privado

O mês foi marcado por investimentos do governo e do setor privado de saúde. A começar pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que doou US$ 150 mil para o Hospital Obras Assistenciais Casa do Caminho, em Minas Gerais. A Fiocruz, do Rio de Janeiro, recebeu R$ 55 milhões do governo federal para a inauguração de nova fábrica de vacinas. A secretaria de Saúde de São Paulo investiu R$ 24 milhões na reforma do Hospital Infantil Cândido Fontoura, na Zona Leste. Pernambuco e Recife investiram, respectivamente, R$ 5 milhões e R$ 4 milhões na ativação de hospitais.

E, do outro lado da corda, o setor privado foi representado por três segmentos: laboratórios, operadoras e hospitais. O Delboni Auriemo armou-se com a inauguração de uma megaunidade na avenida 23 de maio, na cidade de São Paulo, com capacidade para realizar 7 mil exames por mês. Além disso, firmou parceria com Micelli, empresa especializada em check-up. Do lado das operadoras, a Unimed Fortaleza e Unimed Vitória marcaram presença no mês, com investimentos em nova vertical e equipamentos, respectivamente. O Itaigara Memorial Hospital Dia, em Salvador (BA), anunciou investimento de R$ 12 milhões em unidade, que será concluída em 2011.

POLÍTICA

Projetos e impasses

Quem pensava que a aprovação da CPMF pela Câmara dos Deputados era o suficiente para acabar com as discussões sobre recursos para a saúde se enganou. Em outubro, a oposição prometia dar trabalho para aprovar o projeto no Senado, e o governo contra-argumentava que sem os recursos a Saúde viraria um “caos”.

Para resolver o impasse, a solução foi colocar em votação o projeto de lei sobre a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que determina a porcentagem da arrecadação de impostos que Estados, Municípios e União devem repassar para a Saúde. Um novo impasse foi estabelecido. O texto original do projeto propunha que a União destinasse 10% de sua arrecadação para o setor, mas o governo queria que a variação do recurso continuasse vinculada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Contra-proposta

Para compensar a retirada da nova fonte de recursos, o governo propôs um acréscimo de R$ 23 bilhões para a Saúde nos próximos quatro anos, com verbas atreladas à arrecadação da CPMF. A proposta foi resultado de um acordo entre os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Saúde, José Gomes Temporão, e o então ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.

A Câmara dos Deputados concordou com a proposta e aprovou a EC 29 por 291 votos a 111. No dia da votação, Temporão prometeu mais R$ 1 bilhão de acréscimo ao orçamento.

No Senado, a proposta foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos e encaminhada para a análise da Comissão de Assuntos Sociais.

Fraudes na Saúde

Outubro foi marcado também por fraudes na Saúde. A Polícia Federal prendeu cinco pessoas suspeitas de falsificar próteses e órteses com material sucateado. A Operação Metalose envolveu investigações nos Estados de São Paulo, Paraná, Pernambuco e Maranhão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também participou da operação.

No mesmo mês, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de fraudar licitações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Roraima. Os funcionários foram acusados de fraudar licitações de contratos de serviços de táxi aéreo e de compra de medicamentos. A Funasa demitiu os suspeitos e instalou duas comissões para inspecionar e fazer uma auditoria na unidade.

Distribuição de recursos

Em outubro mais alguns Estados receberam os repasses do Ministério da Saúde referentes ao reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde, concedido pelo descontingenciamento dos R$ 2 bilhões. O Estado de São Paulo recebeu um reajuste anual de R$ 658 milhões no repasse; o Rio de Janeiro, de R$ 220 milhões e o Paraná, de R$ 157, 1 milhões.

TECNOLOGIA

Integração na rede pública

O Governo do Distrito Federal lançou o Cartão Saúde do Cidadão. O projeto, que integra o sistema  público de saúde por meio de um Prontuário Eletrônico Único, recebeu investimentos de R$ 70 milhões e foi desenvolvido pela empresa TrakHealth. Por meio do cartão, o médico poderá acessar o histórico do paciente e os exames realizados, além de fazer a prescrição. A integração total do sistema público de saúde deve acontecer até 2010.

Em São Paulo, foi a cidade de Campinas que trouxe novidades. A Secretaria de Saúde iniciou a implantação do Siga-Saúde, sistema de apoio à gestão das unidades da rede pública. O sistema registra o histórico clínico dos  pacientes e gera um cartão. O projeto foi realizado em parceria com a IMA. O Siga-Saúde foi, inicialmente, idealizado pelo Ministério da Saúde e desenvolvido em conjunto com a Prefeitura de São Paulo.

PACS em alta

O Biocor Instituto implantou os sistemas PACS (Picture Arquiving Communication Systems) e RIS (Radiology Information System). O hospital optou pela solução da Microdata Tecnologia, que, em 90 dias, integrou os sistemas PACS/RIS/PEP e HIS, convertendo mais de 5 TB de imagens para o padrão Dicom. O investimento total foi de US$ 121,5 mil. Com a solução, o Biocor teve um ganho de 35% na capacidade produtiva.

Gestão com BI

A Unimed Campinas investiu R$ 500 mil na implantação do sistema de Business Intelligence (BI). O objetivo da cooperativa foi de agilizar a tomada de decisão dos executivos e sistematizar a entrega de informações. Com a ferramenta, a Unimed pretende identificar a sazonalidade do mercado de saúde suplementar, as peculiaridades de cada pólo da região, a concentração de procedimentos por ponto de atendimento e os resultados por produto, cliente e prestador. O projeto foi desenvolvido pela empresa Business Objects, em parceria com a integradora YKP.

Microsoft lança prontuário on-line

Apostando em soluções para a saúde, a Microsoft lançou o HealthVault, um sistema on-line de registro clínico eletrônico. A finalidade da ferramenta é integrar o sistema de saúde, por meio da disponibilização das informações, facilitando a vida de médicos e pacientes. O sistema foi desenvolvido em parceria com a Allscripts Healthcare Solution, cujo software permite o envio de dados via internet para o HealthVault.

Reestruturação completa

Para acompanhar a expansão física de mais 20 andares até 2010, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, anunciou investimento de R$ 10 milhões no projeto de reestruturação da Tecnologia da Informação. A instituição renovou o datacenter e apostou na virtualização, reduzindo o número de servidores físicos de 35 para 7.

O hospital também implantou o sistema PACS para operar um fluxo de 14 mil exames/mês, em que foram investidos R$ 2 milhões, e um sistema de ERP para a gestão administrativa.