Um projeto dentro do modelo do sistema Unimed vem sendo discutido há tempo entre as singulares que pretendem desenvolver seu próprio hospital, e na cooperativa do Rio de Janeiro não tem sido diferente.
e receba os destaques em sua caixa de e-mail.
Após se consolidar como uma operadora de planos de saúde e garantir o seu espaço no mercado fluminense com uma carteira que supera 804 mil beneficiários, a Unimed-Rio optou por entrar na discussão e lançar o seu hospital. “Chega um momento em que na verdade é preciso repensar seu negócio, principalmente no Rio de Janeiro, onde já há uma concentração de mercado por parte dos grandes grupos do segmento”, relata o responsável pela área de Recursos Próprios da Unimed-Rio, Carlos Alberto Chiesa.
Ao assistir o crescimento até mesmo da área privada e a saturação das facilidades existentes a cooperativa passou a sentir a necessidade de se ter uma visão de longo prazo do negócio e de ter domínio sobre todos os custos de uma operação de saúde.
Para o executivo, hoje a prestação de serviço hospitalar é muito impactante dentro de toda cadeia assistencial e é preciso conhecer seus custos para se ter maior capacidade de negociação junto aos prestadores. “Isso ajudou a decisão de se partir para estruturação de uma rede assistencial própria aqui no Rio”, completa.
O projeto de R$ 180 milhões já consumiu proporcionalmente 35% do recurso, que em sua maioria provem de financiamento. “Não são aquisições, são locações de terreno que estão sendo adaptadas dentro de linhas de longo prazo e que serão equacionadas pela própria operação”, destaca Chiesa.
O primeiro passo foi adquirir em 2008 um terreno de 22 mil metros quadrados com área total de construção de 30 mil metros quadrados e área útil de internação e ocupação com uma média de 24 mil metros quadrados.
As obras tiveram início em janeiro de 2009 com foco nas estruturas de um hospital de alta complexidade com 200 leitos, sendo 70 de Terapia Intensiva e outras dez salas cirúrgicas.
Segundo o executivo, o projeto passa por todas as etapas necessárias, desde discussão estratégica até a necessidade das especialidades consideradas mais importantes. “Existe todo um planejamento que em seguida é traduzido ao projeto arquitetônico, que é altamente debatido entre os envolvidos. E somente depois de amadurecido é que demos início à construção da unidade”.
Depois de pouco mais de um ano de obra, o projeto já concluiu 35% das metas. Com toda a parte de estrutura física e civil do hospital finalizada, o trabalho agora está voltado para as instalações elétricas e hidráulicas para que até o final de julho de 2011 a Unimed-Rio receba o prédio concluído. A estimativa é que nos próximos três meses após esse prazo a instituição seja equipada e os funcionários treinados para começar a atender os clientes em outubro de 2011.
A projeção é que nos 36 meses seguintes a abertura do hospital a instituição esteja amadurecida o suficiente para alcançar entre 70 e 85% da taxa de ocupação. Nos primeiros 12 meses de funcionamento deve ser registrado 35% e o segundo ano 60%. “O hospital na verdade tem um período de maturação mais rápido que outros projetos hospitalares não vinculados a uma operadora de saúde. Com base nisso, nossa expectativa deve ser concretizada pelo fato de já termos uma demanda de pacientes”, conta Chiesa.
O corpo clínico do Hospital Unimed-Rio será composto por uma média de 1,2 mil colaboradores, envolvendo médicos plantonistas. Cerca de 500 médicos deverão frequentar o hospital diariamente.
Sem revelar a estrutura do corpo clínico, o executivo afirma que o mesmo será formado dentro de critérios de qualidade e de diferencial de formação assistencial, voltados para garantir o funcionamento de uma instituição de alta complexidade que já nasce com o objetivo de se posicionar como um dos melhores do Rio de Janeiro.
Em relação à diretoria, Chiesa ressalta que a cooperativa montou uma empresa chamada Unimed-Rio Empreendimentos Médicos e Hospitalares, controlada pela própria singular e com uma estrutura diretiva que responde à Unimed-Rio. “É dessa empresa que vai sair todo o corpo diretivo do hospital”.
Independente dos nomes que devem compor a diretoria da unidade, o projeto já está sendo revisto dentro dos preceitos de uma acreditação internacional para entrar em operação com o conceito de integração plena de informação. Para isso, a Unimed-Rio começa a colocar em prática ferramentas como Business Intelligence (BI) e Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) entre todas as unidades. O foco é ter o máximo de controle dos processos e agilidade suportados pelas ferramentas de controle de gestão e de indicadores.
“Depois do período de estabilidade, vamos solicitar o processo de acreditação. Após seis meses acredito que sejamos capazes de requisitar toda a avaliação, mas isso depende do andamento”, afirma.
SUPORTE ASSISTENCIAL
O projeto do Hospital Unimed-Rio inclui quatro unidades assistenciais que servirão de suporte. As primeiras serão de Pronto Atendimento, não hospitalares, distribuídas estrategicamente ao longo da cidade, em áreas que representam o maior volume de atendimento.
A princípio as regiões da Barra da Tijuca, Copacabana e Tijuca devem contar com essas unidades. “Mais à frente estudamos outras instalações de menor complexidade para oferecer uma assistência integral e completa ao beneficiário Unimed”, conta o gerente geral de Recursos Próprios da Unimed-Rio, Carlos Alberto Chiesa. As unidades contam com investimento de R$ 120 milhões e devem ser inauguradas antes mesmo do Hospital Unimed-Rio.
A primeira a entrar em funcionamento está localizada na Barra da Tijuca e deverá atender pacientes adultos e pediátricos numa área de dois mil metros quadrados. Sua estrutura é de consultório, Pronto Atendimento, observação e medicação suportada por diagnóstico de imagem, envolvendo tomografia e suporte de laboratório, por exemplo. A unidade deve abrir as portas em setembro próximo.
No primeiro trimestre de 2011 é a vez do bairro de Copacabana ser beneficiado com atendimento multiprofissional no segmento de saúde, tanto em Medicina Preventiva quanto reabilitação.
“Ao longo do primeiro semestre do ano que vem abriremos a terceira unidade, na região da Tijuca. Vamos ter projetos em reabilitação cardíaca, motora, postural global, programas para idosos, gestantes e alimentação saudável nas unidades”, destaca.
Segundo Chiesa, a rede assistencial está prevista para fazer cerca de nove mil atendimentos ano. A expectativa é que nos primeiros 12 meses as unidades atinjam 50% da previsão. “É esperado desde a abertura um movimento bastante consistente. E a gente acredita que ao final do segundo ano de funcionamento e ao longo do terceiro ano a gente atinja a capacidade plena dessas unidades”, conclui.
Hospital de Alta Complexidade com condições técnicas de resolutividade cirúrgica e diagnóstica, incluindo oncologia; |
|
|
|
|
|
Faturamento anual ou repasse anual |
|
Data de inauguração |
2º semestre de 2011 |
Número de leitos |
127 |
Número de Leitos de UTI |
69 (10 UTI Neo Natal, 19 UTI Geral, 11 Pós-operatório, 14 Coronariana, 11 USI, 4 pediátricos) |
Número de salas cirúrgicas |
10 |
Número de Funcionários |
Aproximadamente 1.100 |
Número de Médicos |
– |
Atendimentos no Pronto-Socorro / mês |
Não tem. |
Cirurgias / mês |
1.200 |
Exames de diagnóstico / mês |
|
Internações / mês |
|
Investimentos em 2008 |
|
Você tem Twitter? Então, siga https://twitter.com/ e fique por dentro das principais notícias do setor.
Tags