Normatização, transparência, investimentos e maior número de serviços credenciados. Segundo o relatório final do deputado Rafael Guerra, do PSDB de Minas Gerais, estas são as medidas que devem ser implementadas no sistema de saúde para evitar interferências na lista de espera por transplantes. Guerra foi o presidente da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que investigou o favorecimento de pacientes para transplante de medula óssea no Instituto Nacional do Câncer (Inca), informa a Agência Brasil.
A Comissão foi criada quando surgiram denúncias em Recife e São Paulo, que apontavam o envolvimento de políticos interferindo na lista de espera por transplantes de medula óssea. O deputado explicou que o investimento em infra-estrutura permitiria um atendimento mais rápido, o que poderia coibir as atitudes de favorecimento.
?Na nossa visita ao Inca, o atual diretor nos informou que existiam 40 pacientes com doadores identificados. Porém, não havia leitos disponíveis nos serviços credenciados para o transplante de medula óssea. Eles estavam esperando a vaga?, afirma o deputado.
Para resolver este problema, Rafael Guerra explicou que deve-se credenciar mais hospitais para fazer o transplante. ?Hoje, somente o Inca e o Hospital Universitário da Universidade do Paraná fazem este serviço. O InCor (Instituto do Coração) tem condições de fazer transplantes de doadores não-aparentados. Temos que incentivar a inclusão de outras instituições, para ampliar o número de vagas?.
O deputado federal afirmou que os R$ 21 milhões liberados pelo Ministério da Saúde são insuficientes para melhorar a infra-estrutura de atendimento. O ideal seriam R$ 51 milhões.
O relatório foi aprovado hoje e será encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, e ao ministro da Saúde, Humberto Costa.