Reduzir a mortalidade materna até 2015 é a meta mais difícil de ser alcançada pelo Brasil entre as propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a área da saúde. Entre as 8 metas estabelecidas pela ONU no ano 2000 nos Objetivos do Milênio, três são relacionadas à saúde: reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna e combater o HIV/aids, a malária e outras doenças. Para a saúde materna, o previsto é que os países reduzam, até 2015, 75% da mortalidade materna registrada por eles em 1990.
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De acordo com o diretor do departamento de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde (MS), Adson França, tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) como Organizações das Nações Unidas (ONU), afirmam que é necessário adotar políticas estratégica por um prazo de 20 a 30 anos para reverter o problema da mortalidade materna.
Segundo o diretor, um dos grandes problemas a ser superado no Brasil é a falta de notificação correta das mortes maternas. Muitas mulheres que morrem durante o pré-natal, o parto ou o pós-parto são registradas como vítimas de parada cardio-respiratória ou de falência múltipla dos órgãos.
“Estamos na fase de garantir a notificação compulsória. O MS em acordo com os gestores estaduais e municipais definiu um processo que em 48 horas o profissional precisa informar a morta materna ao município, em 30 dias a secretaria municipal tem que notificar o MS e em até 120 dias a secretaria tem que investigar a causa da morte”, disse França.
Outras ações defendidas pelo Ministério é são a defesa da parto natural, a luta contra cesáreas desnecessárias e a qualificação das maternidades brasileiras. “Em cinco anos pretendemos colher os primeiros frutos e em duas décadas, como foi a experiência da Europa Ocidental, esperamos estar comemorando”, destaca o diretor do MS.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire, também apontou a mortalidade materna como o desafio mais difícil de ser enfrentado no país em relação às metas da saúde. Ela destacou o papel da informação para avançar na superação do problema.
“Não basta o governo criar instrumentos, é preciso que toda a sociedade se envolva. Há inúmeras variáveis que influenciam, mas a dificuldade de acesso e à informação é, sem dúvida, um dos pontos principais.”