A Bionexo e a Planisa promoveram um encontro com gestores de diferentes redes hospitalares para discutir os desafios e as oportunidades na gestão de corpo clínico (CC) em instituições que contam com mais de uma unidade para administrar.

O vice-presidente executivo e diretor médico do Grupo Vita, Francisco Balestrin, abriu a mesa redonda apresentando a característica de seus quatro hospitais e o objetivo principal para aumentar as relações entre os hospitais Vita e seu corpo clínico.

“Cada uma de nossas unidades possuem quatro eixos: institucional, operacional, financeiro e técnico. Sendo que o sistema operacional é único para todos os hospitais do Grupo, com sistema integrado de gestão financeira e padronização de processos administrativos. Desta forma, a organização do nosso corpo clínico se divide em três níveis, sendo eles: corporativo, hospital estratégico e tático operacional. E nossa meta é despertar a relação do CC com a rede através de sete ações. Entre elas, temos o Clube White; serviço de atenção ao médico; educação médico continuada; cartão de desconto através de convênios com restaurantes, agências de viagem e de carros, para que eles possam obter descontos de cerca de 20%”.

Como desafio, Balestrin comenta as mudanças no processo de remuneração, além do investimento na qualidade do corpo clínico, desenvolvimento e introdução de protocolos médicos, e as mudanças e atualizações da tecnologia dentro do setor.

O debate também abordou experiências que não deram certo, como é o caso do gestor Junior Nascimento do Hospital Santa Catarina. Durante três anos na gestão, Nascimento conta que o CC tinha um salário acima do mercado e, em contrapartida, os salários praticados pelos demais profissionais da instituição estavam abaixo do nível encontrado.  “Diante desta situação, a gestão trabalhou para aumentar a remuneração dessas classes sem alterar nada no salário do corpo clínico. Isso foi um grande erro! Foi uma experiência negativa e com isso perdemos um excelente chefe de Pronto-socorro. Esse é um desafio de como conciliar os interesses administrativos com o interesse do CC”, relata.

Atualmente, o Santa Catarina possui 40 unidades de saúde e tem a distribuição e organização da gestão como principal desafio. “Tem que ter uma estrutura corporativa para que de fato essa organização aconteça”, destaca Nascimento.

Diante destas duas experiências, Porfírio Rocha Andrade, diretor geral da Santa Casa de Belo Horizonte, cita a diferença de um corpo clínico dentro de uma filantrópica. Com uma estrutura de 1, 5 mil médicos, para o executivo consolidar uma estrutura de grupo e negócios é um grande desafio para a Santa Casa. “É um cenário complicado. Na verdade nosso desafio vem sendo a sobrevivência. O foco na gestão clínica e as internações são considerados um grande desafio também”.

A instituição, que possui três hospitais e um plano de saúde, segundo Andrade, precisa encontrar um ponto de equilíbrio na conjugação de forças. “Estamos buscando alinhar o que há em comum”, finaliza.