A rede de hospitais São Camilo (SP) foi pioneira na adoção do sistema lean no Brasil, iniciada em 2007 por meio de uma parceria com a Johnson & Johnson. Entretanto, segundo a gerente de qualidade do grupo, Daniela Akemi, o sistema ainda tem muito a amadurecer na entidade.
Daniela descreveu a implementação nos hospitais durante o 1° Lean Summit Saúde, realizado na última terça-feira (26/11) em São Paulo, e algumas decisões que considerou equivocadas ao longo da trajetória.
Entre elas a presença de maneira desordenada de uma série de profissionais yellow belts ? fundamentais para o funcionamento do lean six sigma ? que gerenciam os processos usando variáveis, dados e ferramentas básicas. ?Eles ficavam perdidos pela instituição. Não adianta identificar problemas e escolher um ?cristo? para resolvê-los?, diz a executiva.
Depois de erros e aprendizados, o hospital selou parceria com o Lean Institute Brasil (LIB) este ano para execução de um plano de melhoria contínua e reforçar ainda mais os objetivos de melhorar a qualidade do serviço assistencial e reduzir custos.
Aplicado em áreas como de suprimentos, farmácia, nutrição, centro cirúrgico, entre outras, a rede aumentou cerca de 45% sua produtividade. O centro cirúrgico, por exemplo, economizou R$ 11 milhões em um ano.
Para Daniela, o pensamento enxuto, colaborativo e humanizado que envolve o lean está na essência das pessoas. ?Treinar é diferente de educar. As pessoas têm que reconhecer dentro de si mesmas a presença da filosofia lean?.
O propósito atual do São Camilo é adotar o sistema como principal modelo de gestão por processos e utilizar o conceito de produção ?puxada? para projetos a partir dos gestores e não para os gestores (produção ?empurrada?).