Para o Hospital São Carlos, sustentabilidade é parte dos valores da instituição, criada há 21 anos em Fortaleza (CE) e que conta atualmente com 124 leitos. “Dependemos de um crescimento sustentável. Por essa razão, realizamos um controle contínuo de nossos recursos e gastos. Precisamos de respaldo financeiro para podermos fundamentar futuros projetos”, revela o diretor Clínico, Francisco Monteiro de Castro Júnior. E foi no processo de sustentabilidade que o hospital descobriu a necessidade da colaboração de parceiros, internos e externos.
Na sustentabilidade financeira, o São Carlos conta um acompanhamento do desempenho econômico e com uma consultoria administrativa, realizada pela Fundação Dom Cabral há três anos. “Com a acreditação nível 2 pela ONA, passamos a ser cobrados disso”, ressalta. Hoje, 90% dos projetos planejados ao lado da fundação saem do papel e são implantados na instituição. Sustentabilidade, no entanto, não passa somente pela questão financeira. Com um início tímido há dois anos, o São Carlos implantou um projeto de coleta seletiva. Empolgados com os resultados iniciais, o hospital resolveu investir pesado em uma coordenação profissional de coleta de resíduos no início deste ano. “Contratamos uma profissional para coordenar o projeto e instalamos lixeiras apropriadas, realizamos um plano de ação e comunicamos nossos colaboradores.”
Para empolgar os empregados, o hospital começou a vender os resíduos e aplicar os recursos obtidos na sede própria da associação de funcionários, uma casa de frente para o mar que pode ser usufruída ao longo de todo o ano. Além disso, a unidade comunica os resultados da coleta e como o valor foi investido. “A adesão, como era previsível, foi grande entre os 500 funcionários. Estamos satisfeitos com os resultados. O projeto nunca seria possível sem a participação de todos.” Tão satisfeitos que o hospital se prepara para um novo passo: reduzir ao máximo o uso de papel nos controles internos com a digitalização. Atualmente, por meio de um programa de uso eficiente de recursos, todo material de divulgação já é impresso em papel reciclado.
De olho no futuro
Até mesmo nos projetos futuros da unidade a sustentabilidade não perde o tom. Junto com a ampliação do hospital que prevê aumento na capacidade de internações, a implantação de um novo equipamento de ressonância magnética e de uma nova UTI, o São Carlos planeja instalar uma autoclave, aparelho utilizado para esterilizar artigos por meio do calor úmido e sob pressão. “Trata-se de um plano ambicioso”, afirma Castro Júnior, “mas assim poderemos transformar resíduos infectados em lixo comum.”
Para o Hospital São Carlos, todo esse projeto de sustentabilidade vai além de uma ação interna da unidade. Trata-se de um diferencial competitivo. “Ainda não temos essa cultura no Brasil e, infelizmente, menos ainda na região Nordeste. Entretanto, acreditamos que a tendência é de que empresas passem a se diferenciar neste aspecto e isso se tornar uma marca competitiva”, torce o diretor clínico. Por enquanto, o hospital colhe os frutos de uma administração econômica e ambiental sustentáveis, que preveem um crescimento de até 10% em 2009. “Essa conta de casa é fundamental e dá margem para planejarmos nossos investimentos e prevermos nosso próprio crescimento.”
Você tem Twitter? Então, siga http://twitter.com/SB_Web e fique por dentro das principais notícias do setor.