Você compra um Fitbit ou qualquer outro modelo entre os wearable devices, usa todos os dias para controlar seus sinais vitais, sua rotina de exercícios, seu sono e, finalmente, tem que ir ao médico para uma consulta de rotina. Você leva seu gadget e o médico nem sequer se interessa ou sabe do que se trata um Fitbit.

Pois é, esta cena é recorrente e o mundo dos wearable devices parece não ter avisado a todos os médicos que ele veio trazer mais dados e mais objetividade na hora da coleta de informações. Muitos médicos dizem “Nós já lidamos com muitos dados todos os dias, esta é só mais uma fonte”. O CEO da Doximity disse “Médicos adorariam estar empolgados com os wearable devices, mas eles passam boa parte do tempo brigando com um fax de 30 anos de idade para ter acesso ao seu exame laboratorial. Para um médico ocupado, a possibilidade de usar email salvaria mais vidas que um Fitbit.”

Os desafios são:

Informações imprecisas: Se você não aperta o botão de dormir no seu Fitbit, o equipamento não medirá e acompanhará sua rotina corretamente. Só aqui, já temos um problema de imprecisão de dados para o médico.

Treinamento médico: Os médicos, provavelmente, não precisam de ajuda para a interpretação dos resultados, mas eles precisam saber como lidar no mundo com uma coleta de dados constante.

Privacidade: A segurança da informação é um assunto de grande importância no mundo dos wearable devices e o paciente deve saber que ele tem responsabilidade ao zelar pelo cuidado de sua informação ao portar um equipamento deste tipo. Precisamos de legislação que nos diga o que se pode e o que não se pode fazer com certos dados.

Estes são só alguns dos problemas, mas esperamos que as conversas entre empresas de tecnologia, médicos e pacientes sejam intensificadas e gerem melhores resultados.

Quando perguntei a Mark Blatt, da Intel, o que fazer para que a formação médica ser mais voltada para este tipo de condição, em que temos big data e uso de wearable devices, ele me respondeu “pague diferente por cada tipo de consulta”, sendo o retorno financeiro o que move a revolução. Concordo em partes com ele, acho que, assim como fazemos com os pacientes, a conscientização e a demonstração da utilidade, seja ela revertida em redução de custos, diminuição de readmissão hospitalar ou qualquer outra é o melhor caminho.