Em tempos de manifestações de rua nas quais o povo brasileiro finalmente decidiu reivindicar seus direitos, é impossível não abordarmos o tema aqui neste espaço.
Muito já se falou e se criticou sobre a forma como a indiferença e a incompetência do governo federal, estadual e municipal tem levado empresas a enfrentar aumentos de custos e enormes dificuldades na realização de seus projetos. Além disso, o loteamento político nunca foi tão utilizado para que o governo possa buscar aglutinar ?aliados? na tentativa de formar uma base que sustente suas posições e vote a favor de seus projetos. Aliados que tomaram de assalto os ministérios e as agências, ativos do povo Brasileiro. Até na Constituição Federal estão tentando mexer. Temas como a ?cura gay? e a cor da pela das pessoas voltaram a ser tema de discussões originadas por pessoas como o Deputado Federal Marco Feliciano (PSC-SP), obviamente desclassificadas e despreparadas para dirigir os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Retrocedemos pelo menos 200 anos nessa discussão.
Quando vão começar a queimar os livros e a enforcar as pessoas em praça pública?? Certamente essa será a próxima proposta desse inteligentíssimo sujeito que deve se julgar iluminado por Deus? Bem, do mesmo modo que a sociedade em geral tem cobrado a solução de temas relevantes como a corrupção, a PEC 37, entre outros, cumpre aos empresários da área da Saúde cobrar a ANVISA, o INMETRO, o Ministério da Saúde e o Governo Federal pela solução dos problemas decenais (para não dizer seculares) que afetam o setor. A tuberculose, a leishmaniose e a H1N1 são verdades concretas que estão aí batendo às nossas portas todos os dias, assim como o aumento dos homicídios e latrocínios, mas os nossos diletos governantes preferem entortar as estatísticas e apresentar aquilo que lhes convém, como se a população fosse formada por um bando de estúpidos. Creio que as demonstrações dos últimos dias já provaram que não é assim. As mentiras contadas através de estatísticas furadas e contabilidades criativas do governo, seus ministérios e suas agências vêm caindo por terra e não resistirão à força das ruas.
Como setor organizado, a área da Saúde tem a obrigação moral e cívica de se mobilizar para que saiamos desses episódios com a lição feita e encaminhada. Ou então esse esforço, suas vítimas e a energia despendida não terão servido para nada. A decisão reside em cada um de nós como cidadãos brasileiros. Que Brasil você quer para o seu futuro, dos seus filhos e da sua família? Ou você realmente acredita que estamos lutando por R$ 0,20??