Com o crescimento da internet e do e-commerce em particular cada vez mais consumidores estão adotando as farmácias on-line como uma fonte eficiente e econômica para fazer suas compras mensais. Dentre estes consumidores, uma classe  que merece atenção dos empresários do setor são os portadores de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, que não somente irão consumir estas drogas pelo resto de suas vidas, mas também irão comprar estes medicamentos mensalmente se tornando um cliente valiossímo para as farmácias que lutam intensamente por estes clientes  “super-premium”.

Neste contexto, as farmácias em São Paulo e nas demais capitais do Brasil lutam para fidelizar este exigente cliente, que não apenas busca um atendimento cordial e atencioso, mas também busca os melhores preços. É notável perceber ao entrarmos em algumas grandes redes de drogarias como os atendentes lembram os nomes de alguns clientes , em especial dos mais idosos, que com frequência vão a drogaria uma ou mais vezes por semana, a procura de medicamentos e itens de higiene pessoal.

No Rio de Janeiro, em especial em Copacabana, o bairro com o maior percentual de idosos do Brasil, é notável o número de farmácias, uma a cada esquina ou no máximo duas, sendo que farmácias independentes ainda lutam pela sua sobrevivência em meio às grandes redes que tem dezenas de unidades pelo bairro.

Será que neste cenário as vendas de medicamentos pela internet têm um futuro promisor? Será que a população idosa adotará a internet como uma solução viável para suas compras mensais de medicamentos?

A resposta otimista para estas perguntas é sim, uma grande transformação que já começou fará com que cada vez mais idosos e pacientes portadores de doenças crônicas passem a utilizar a internet como uma ferramenta essencial para gerenciar melhor sua saúde. Porém, para que isto aconteça é necessário que as drogarias pela internet não se posicionem apenas como comerciantes, mas sim como agregadores de valor para consumidores que necessitam de apoio no controle e gerenciamento de sua doença.

Imagine que um paciente diabético passe a realizar suas compras de medicamento através de um site especializado neste tipo de produto. Sabendo o que o paciente toma e a frequência que ele toma sua medicação, esta empresa pode estabelecer um relacionamento ético de longo prazo com o paciente, enviando os medicamentos periodicamente para a casa deste, bem como o questionando quando determinado medicamento  pode ter acabado e nenhum novo pedido foi realizado. Mais do que isso, o site pode ajudar o paciente a se lembrar, de que pode ser bom marcar uma consulta médica, pois a validade da receita médica está próxima ou já faz certo tempo que esta não é revisada.

Enfim, a farmácia do futuro agregará muito mais valor para o paciente e o enxergará como um verdadeiro cliente de longo prazo, que necessita e pode usufruir de muitos serviços que agregam valor para ambas as partes, ajudando os desafios de uma geração que viverá muito e cada vez mais, devendo soluções inovadoras serem desenvolvidas para enfrentar os desafios de um envelhecimento populacional sem precedentes.

Atenciosamente,

Fernando Cembranelli

Equipe EmpreenderSaúde