As mulheres empreendedoras têm sido alvo de diversos estudos. Um deles apresenta por si só o motivo do interesse por elas em seus resultados, uma pesquisa realizada pelo Sebrae com a Global Entrepreneurship Monitor, que mostra que 52% dos novos empreendedores, ou seja, empresários há menos de três anos e meio, são do sexo feminino.

Outro recente estudo realizado para traçar o perfil das mulheres empreendedoras foi realizado em fevereiro deste ano pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

Segundo a pesquisa, as mulheres empreendedoras não somente são a maioria entre os empresários, quanto também estão mais otimistas e dedicadas. As respostas revelaram que um terço delas abririam mão do relacionamento conjugal pela companhia, e 72% não trocariam seu negócio por um emprego de salário compatível com a renda empresarial.

A pesquisa realizada pelo SPC revelou mais sobre a dedicação das mulheres empreendedoras. Os números indicam que 49% delas trabalham mais do que 8h diárias e 37% delas não tiram férias.

Para as mulheres, o trabalho não termina quando elas chegam em casa. O estudo revelou que 70% das empreendedoras participam dos pagamentos de despesas da casa e 47% assumem sozinhas as tarefas domésticas.

O perfil básico das mulheres empreendedoras também foi traçado pela pesquisa. Mais de um terço das empresárias possuem menos de 35 anos, e 31% delas que atuam no setor de comércio possuem mais de 50 anos. Sobre a escolaridade, 58% delas têm o ensino médio completo, enquanto 30% têm ensino superior.

”O maior número de mulheres empreendedoras não se reflete ainda na igualdade entre os gêneros. As mulheres ainda são as que mais fazem dupla jornada, seja para conciliar um emprego assalariado com o negócio próprio ou para conciliar as tarefas do lar com a empresa. Elas sofreram e ainda sofrem desvantagens no mercado. Sempre receberam salários abaixo da média masculina. Isso gerou um comportamento de submissão que afeta os resultados financeiros das mulheres empreendedoras: elas tendem a ceder mais em negociações e acabam cobrando menos pelos seus serviços.”, analisou a professora da FGV Carmen Migueles.