O mais interessante na apresentação de tendências e tecnologias para laboratórios é que a primeira mudança citada por Don não foi uma nova máquina ou um novo software (acho que finalmente já nos tornamos mais evoluídos do que isso), mas sim Don citou a mudança nos meios da pagamento, de fee-for-service para fee-for-value (leia mais sobre fee-for-value aqui).
Em seguida, Don falou da revolução de sensores e da Theranos, um empresa que tem uma tecnologia inovadora para exames e tem um preço muito baixo e distribui pelas “farmácias” Walgreens, um case impressionante de distribuição. Don disse que há alguns anos se perguntaram: “As Accountable Care Organizations (ACOs) serão reais um dia?” (ACOs são empresas de certa forma semelhantes às OSs – Organizações Sociais, no Brasil, que tem seus ganhos baseados em boa administração), e hoje essas ACOs são em centenas nos EUA.
Don disse que os EUA gastam hoje US$ 1,6 trilhões em saúde por ano hoje, o que é totalmente insustentável. US$ 850 bilhões vão para hospitais, médicos ficam com US$ 540 bilhões e Clinical Services (que incluem laboratórios) ficam com US$ 190 bilhões.
Principais Tendências Causando Disrupção
– Healthcare as retail transaction (a saúde sendo vista cada vez mais como um serviço ou um bem de consumo, regulado como outros em relação à direitos do consumidor, preços etc).
– Technology
– Transparency (a assimetria de informação entre os profissionais, os executivos e os pacientes está diminuindo, uma vez que os pacientes podem comparar hospitais, médicos e outros serviços on-line)
– Non-Traditional Providers (Walmart, Walgreens)
– Defined Benefits
– Direct Contracting (Pepsi, Johns Hopkins)
– Private and Public Exchanges
– Ultra Narrow Networks
– High Deductible Plans – os preços dos convênios estão ficando mais baratos, mas a saúde como um todo está ficando mais cara, pois os pacientes tem que contribuir mais cada vez que usam o sistema de saúde. E estão começando a haver multas por sair do convênio;
– Hospitals Closures – devido ao maior controle dos convênios, e maior necessidade de fusões e aquisições para ganhar escalas, hospitais estão fechando);
– Reduction of Beds (uma vez que os cuidados estão sendo dados fora do hospital por um custo menor e o tempo de internação está diminuindo, o que diminui a necessidade de leitos);
– At-Risk Payment
– Lab Benefit Management
O CEO do Walmart disse que eles querem ser o maior provedor de cuidados primários nos EUA em 5 anos, entrando no negócio de gestão de crônicos também. Um dos maiores exemplos de que as empresas de saúde vão competir com players não-tradicionais.
Don pontuou ainda também como acha que o futuro vai ser:
– Mais centralizado como nas farmácias, em que 70% do mercado hoje é controlado por 5 players. Boa parte disso é por que os número mínimos para um hospitais alcançar sustentabilidade, que eram de 1-2 bilhões de faturamento, serão agora de 6 bilhões, e os convênios terão que ter pelo menos 1-2 milhões de vidas para conseguir sobreviver;
– As relações estão ficando diferentes, hospitais sem fins lucrativos e com fins lucrativos, que não se relacionavam, estão começando a se fundir;
Don disse que o futuro é da “Healthcare 2.0”, caracterizada por:
– Recompensas por qualidade e eficiência;
– Qualidade impactará reembolso;
– Risco compartilhado;
– Pacientes mais graves;
– A TI será essencial;
– Escala será cada vez mais importante;
– Incentivos serão realinhados, e a coordenação dos cuidados estimulada;
– Os médicos terão cada vez menos consultórios e a maioria estará empregadas em hospitais com salários relativamente fixos;
Você concorda com essas tendências?