A colocação de uma prótese na válvula mitral é a mais nova esperança para doentes com insuficiência cardíaca. A técnica que foi testada com sucesso na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de solucionar o problema do escape de sangue, também corrige as deformações no coração decorrentes da doença. “O coração vai perdendo seu formato habitual e vai tomando uma forma arredondada. Junto com o implante, é feita uma plástica na parte interna do coração, para que ele volte à sua forma prismática, que tem maior eficiência na contração e gasta menos oxigênio”, explica Ivan Antonio Paula, cirurgião cardiovascular, que analisou os resultados da nova técnica em sua tese de doutorado, defendida na Unifesp.
O pesquisador acompanhou 26 pacientes submetidos a esse procedimento no Hospital São Paulo, todos com expectativa de vida de apenas seis meses. Cerca de 17 meses após a cirurgia, 85% delas continuavam bem e, cerca de quatro anos depois, 80% dos pacientes estavam vivos.
A insuficiência cardíaca é caracterizada quando o coração não consegue bombear sangue na quantidade necessária para o organismo. Nesses pacientes, o coração está tão dilatado que a válvula mitral não se fecha da maneira correta, permitindo escapar sangue de uma câmara do coração para outra.