O projeto Tele-Eletrocardiografia Digital – inserido na estratégia Telemedicina – completa um ano de atuação no país com importantes resultados. A parceria estabelecida em novembro de 2009 entre o Ministério da Saúde e o Hospital do Coração em São Paulo (HCor) contabiliza 4.621 eletrocardiogramas em mais de 100 municípios de todas as regiões do país por meio do Serviço de Atendimento de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), coordenado pelo governo federal.
As 247 ambulâncias do Samu com aparelhos de eletrocardiograma contam com tecnologia desenvolvida pelo HCor para a identificação de problemas cardíacos ainda no atendimento inicial ao paciente, feito pelos socorristas do Samu, que chegam até o local da ocorrência dentro de 15 minutos, em média. Ao longo do primeiro ano da parceria, foram produzidos mais de 1.050 laudos sobre alterações cardiológicas de pequena, média e alta gravidade. As principais ocorrências foram infarto, fibrilação atrial, arritmias cardíacas, taquicardias e bradicardias (quando há diminuição na frequência cardíaca; o contrário de taquicardia).
Vinte e dois estados de todas as regiões do país contam com ambulâncias de suporte avançado do Samu equipadas com Tele-Eletrocardiografia Digital. Os estados pioneiros foram Paraná, Brasília, Goiás, Alagoas, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo (Campinas). Atualmente, a implantação do projeto está sendo discutida com os estados de Rondônia, Amapá e Acre, além do município de Guarulhos (SP).
“A Tele-Eletrocardiografia é uma relevante ferramenta que auxilia e aprimora a rede de atendimento do Samu 192”, afirma Clésio Castro, coordenador nacional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Ele também destaca a importância das atuais 157 Centrais de Regulação do Samu implementadas em cerca de 1,4 mil municípios, onde circulam aproximadamente duas mil ambulâncias. “Elas funcionam 24 horas e são responsáveis pela organização de toda a assistência à população pelo Samu”, completa.
AGILIDADE – De acordo com o médico Hélio Penna Guimarães, um dos responsáveis pelo projeto no HCor, o sucesso da parceria se deve à receptividade dos Estados e também ao reconhecimento, pelos profissionais de saúde, da importância de se identificar problemas cardíacos num curto intervalo de tempo. “Conseguimos chegar ao final deste ano com abrangência em todas as regiões do país. Com isso e considerando que temos 247 ambulâncias de suporte avançado com tele-eletrocardiografia, podemos dizer que estamos com 92% da meta do projeto atingida, já que o Samu conta com 267 ambulâncias dessa dimensão”, avalia Penna.
A estratégia Telemedicina – também conhecida como “segunda opinião médica a distância” – foi implementada nas unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no formato de “projeto-piloto”, em novembro de 2009. Em janeiro deste ano, o projeto foi oficialmente lançado e estendido para todo o país com o objetivo de ampliar a assistência às vítimas de doenças cardiovasculares graves socorridas pelas ambulâncias do Samu.
FUNCIONAMENTO – A tecnologia aplicada pelo Sistema de Tele-Eletrocardiografia Digital permite ao profissional de saúde obter um diagnóstico mais preciso do paciente com sintomas de problemas cardíacos, esteja ele em casa, no trabalho ou na rua.
Isso é possível graças a um pequeno aparelho – o Tele-Eletrocardiógrafo Digital Portátil – capaz de transmitir o eletrocardiograma do paciente (via telefonia celular ou mesmo por telefone fixo, utilizando-se a internet) para a Central de Telemedicina do HCor. Lá, o exame é analisado e, o laudo, encaminhado diretamente aos socorristas do Samu. Esse processo dura, em média, cinco minutos, o que abrevia o tempo de socorro e proporciona maior segurança ao diagnóstico e encaminhamento do paciente a uma unidade hospitalar.
A Central de Telemedicina do HCor conta com 16 médicos para a análise dos eletrocardiogramas do Samu. Além disso, o médico que está responsável por determinada ocorrência pode discutir o caso com os especialistas de apoio no