Para ajudar pessoas, especialmente idosos, com problemas de mobilidade a ficarem em pé, a área de Engenharia Biomédica da Universidade ECCI, de Bogotá, na Colômbia, desenvolveu um atuador linear (dispositivo mecânico) que sobe e abaixa de forma controlada e segura, sustentando o paciente verticalmente.
A ferramenta proporciona maior autonomia ao usuário, pois a posição de pé exigirá menos esforço, melhorando sua qualidade de vida e facilitando o trabalho dos cuidadores, além de oferecer, principalmente, segurança e acessibilidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas no mundo são idosas com deficiência e precisam de assistência e apenas 10% das pessoas com essas necessidades têm acesso a ferramentas assisitivas.
Pensando nessa realidade, o atuador linear foi desenvolvido considerando as características: segurança do paciente, tecnologia utilizada e ergonomia, além de peso e altura. São oito peças, criadas de forma independente para posterior montagem. Para estudo das fases do projeto eletrônico foi utilizado o software Proteus. Por fim, a montagem ganhou forma no software Autodesk Inventor, no qual foram realizados os acoplamentos entre as peças.
“Há muitas tecnologias que oferecem características semelhantes, no entanto, demandam pré-instalação complexa e amplo espaço para seu bom funcionamento, além do custo elevado, pois precisam de serviço de manutenção periódico e especializado”, explica María Eugenia Lambertinez Rivera, uma das autoras do projeto, juntamente com Yeison Fonseca, sob orientação do professor Ricardo Espinosa, da Universidade ECCI.
A solução trabalha com velocidade de deslocamento de 14 mm/s, ciclo de trabalho de 25% e frequência de operação de 20%. É alimentada por 12 VDC e corrente máxima de carga de 3 A. Projetada em alumínio 6061, consegue suportar 150 kg, sendo de fácil manutenção e limpeza. Embora o protótipo ofereça muitos benefícios para seus usuários, ainda não foi testado em pacientes.
O projeto “Projeto de tecnologia assistiva para ficar em pé” é um dos vencedores do Prêmio SBEB-Boston Scientific de Inovação em Engenharia Biomédica modalidade Latam. A premiação nasceu em 2019 para incentivar o desenvolvimento de trabalhos que colaborassem com o Sistema Único de Saúde. Este ano, foi criada uma modalidade contemplando também iniciativas de outros países da região que pudessem ter impactos positivos para sistemas públicos de saúde de toda a América Latina. Foram submetidos ao prêmio 192 projetos, sendo escolhidos como vencedores pelo Comitê Avaliador Independente seis deles (três para o SUS e três para a América Latina).