A falta de comunicação e a baixa eficiência das ferramentas disponíveis para que os profissionais se comuniquem são responsáveis por uma quantidade alta de erros médicos. Os hospitais precisam melhorar seus processos para que os pacientes não sofram com o cotidiano do local. Em um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, os pesquisadores avaliaram a qualidade dessa informação e o impacto disso na análise do erro médico.
O grupo de pesquisa foi liderado por Amy J. Starmer, M.D e MPH do Boston Children’s Hospital e conduziu um estudo com um programa de troca de turnos em nove hospitais, medindo as taxas de erros médicos, eventos adversos possíveis de serem prevenidos e erros de comunicação, além do fluxo de trabalho dos residentes. A intervenção incluiu transferências orais e mnemônicas, treinamento de transferência de informação, um programa de observação e uma campanha de sustentabilidade de resultados. As taxas de erro médico foram medidas durante a pesquisa. As transferências foram analisadas por gravações ou registros escritos obtios pela equipe de pesquisa. O resultado inicial teve dois componentes: erros médicos e eventos adversos possíveis de serem prevenidos.
Como resultado, observaram que, em 10740 admissões, o erro médico foi reduzido em 23% entre os momentos pré e pós-treinamento e a taxa de eventos adversos caiu em 30%. Já a taxa de eventos adversos que não podiam ser prevenidos não mudou significativamente. Não houve aumento no tempo de transferência de dados entre médicos, mas a qualidade deste conteúdo aumentou e, por isso, pudemos observar o grande impacto nos resultados.
A implementação deste tipo de programa pôde ser, então, associada a diminuição de erros médicos e de eventos adversos, com melhoria da comunicação e sem efeitos negativos no fluxo de trabalho.
Segundo a responsável pela pesquisa, “nós estamos muito animados com o estudo. Não somente vimos uma redução dramática em erros médicos, mas também achamos que este método é adaptável para outros hospitais e outros profissionais de saúde, como enfermeiros e cirurgiões.”