Prolongar a vida humana ao máximo. Essa é a missão diária da medicina no mundo. É aí que entra em cena os transplantes de órgãos, quando não existe outra alternativa a ser feita. A evolução do procedimento foi rápida, os primeiros transplantes de rins bem-sucedidos ocorreram na década de 50 e, nos últimos anos, o mundo já presencia os primeiro transplantes de face. E o Brasil figura entre os países mais bem preparados para esse tipo de cirurgia.

Em 2011 são estimados 10,9 doações por milhão de pessoas no Brasil ? um recorde na área -, enquanto em 1998 o índice era de 2,8 doadores por milhão. O Estado de São Paulo é responsável por 50% dos transplantes no País e 95% dos recursos são custeados pelo Sistema Único de Saúde.

A disparidade entre as regiões no Brasil são enormes e, segundo o especialista em transplantes do Hospital Albert Einstein Ben Hur, isso se dá pela falta de informação da população e pela má distribuição da assistência de saúde de qualidade no País. Cerca de 40% das pessoas ainda são contra a doação de órgãos.

A Espanha, segundo informou o médico, é o país com o melhor programa de transplantes do mundo. No entanto, Bem Hur garante que o Brasil possui um programa extremamente seguro e eficaz.

Hoje, no Einstein existem 50 pacientes programados para um transplante, desses, 45 são do SUS.

Para doar

A família é quem deve autorizar a doação. O ideal é que isso já tenha sido conversado entre os parentes muito antes de uma eventual morte. A doação de órgãos só acontece quando é diagnosticado morte encefálica, ou seja, quando não existe nenhuma atividade cerebral.

Um exame que comprova a ausência de fluxo sanguíneo é feito, além do laudo de dois médicos clínicos desvinculados ao departamento de transplantes. Acidente vascular cerebral e aneurismas são grandes causas de morte encefálica, aproximadamente 70 por milhão ao ano.

As únicas limitações para a doação são: câncer ativo e HIV positivo. Em São Paulo, transplante de córnea, por exemplo, não tem fila alguma. Já a fila de espera para rim é de oito anos em média. No entanto, a escolha do receptor é baseada na compatibilidade com o doador e na gravidade da situação.

Apesar do risco da rejeição, em geral as cirurgias obtém índices elevados de sucesso, em torno de 80%.

Os convênios cobrem apenas transplantes de córnea, rim e medula. Na opinião de Ben Hur, não existe nenhuma justificativa plausível para a não cobertura de transplantes de órgãos vitais como o coração, fígado e pulmão. Em média o custo desses procedimentos giram entre R$ 70 a R$ 80 mil; enquanto o de rim custa metade disso.

O prologamento da vida humana por meio dos transplantes parece seguir uma tendência evolutiva, mas ainda existe uma enorme margem de popularização.

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