Enxergar a saúde do empregado como uma responsabilidade da empresa resume a missão da Aliança para a Saúde Populacional (Asap) junto ao mercado corporativo. Fundada há cerca de um ano por profissionais de empresas como Amil, AxisMed, Saútil, SulAmérica, Vivo, entre outras, a entidade sem fins lucrativos cresce em número de parceiros e associados. Hoje com 26, segue a estratégia de promover encontros e discussões, publicar estudos e desenvolver ações que ajudem às empresas a serem atuantes na gestão da saúde populacional (GSP). ?Mais saúde e menos doenças, menos médicos e custos?, diz o presidente da entidade e co-fundador da Amil Assistência Médica Internacional, Paulo Marcos Senra, durante almoço com executivos no Saúde Business Forum 2013, em Comandatuba (BA). Para o executivo, a falta de políticas de promoção e prevenção à saúde aliada ao envelhecimento da população alimenta os problemas financeiros do setor. O fundador e presidente do Biocor Instituto, Mario Vrandecic, apoia a iniciativa da Asap e discorre sobre a importância de disponibilizar a instrumentação necessária para a transformação das condutas empresariais em relação ao cuidado de seus funcionários. ?Não há como ninguém mudar ninguém. Mas mostrar os aspectos da situação atual, tendências, faz com que a escolha pela transformação seja consciente?, afirma. O bate papo entre executivos de hospitais privados, públicos, universitários, rumou para a concordância de que programas que incentivem e bonifiquem os funcionários que cuidam de sua saúde são um caminho para um País mais saudável, e com menos desperdício no sistema. ?As operadoras não podem criar ?punições? para quem não cuidar da própria saúde, mas as empresas podem. Por exemplo, o desconto na folha de pagamento do plano de saúde pode ser maior para o funcionário que fumar do que o não fumante?, pontua Senra. Um programa de incentivo de pontos, nos moldes dos cartões fidelidade de companhias aéreas, foi uma sugestão levantada pelo Superintendente Corporativo do Hospital Samaritano de São Paulo, Luiz De Luca. ?A área de Recursos Humanos das empresas pontuariam os colaboradores e, em troca, eles poderiam receber vantagens como entradas para cinemas, entretenimento, etc. E a Asap poderia participar dessa espécie de convênio?, compartilha De Luca. Nos primeiros cinco anos de atuação, o governo não está nos planos da Asap, que prefere concentrar os esforços em angariar parcerias com corporações. A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) é um dos principais parceiros da entidade. ?Tem empresas que contratam um plano de saúde por meio do departamento de compras, olhando apenas preço. Sem se preocupar com a saúde do colaborador?, conta Senra, enfatizando que o Brasil ainda está muito distante de fazer uma gestão da saúde populacional, prática forte nos EUA, por exemplo. Os recentes avanços da Asap foi contar com apoio de farmacêuticas como Roche, Sanofi, Johnson & Johnson e Bristol, além da Universidade de São Paulo (USP) e instituições acreditadoras como ISQua e CBA. A partir de movimentos como esse, os profissionais vislumbram a formação de um ciclo de incentivos à qualidade que abarca todos os elos do setor, mas para isso, as empresas devem tomar seu lugar de direito, ou seja, se ver como peça central no cuidado de sua população contratada.