O Hospital Pró-Cardíaco conta com inovadora técnica de cirurgia de hemorróidas, muito menos agressiva do que as técnicas tradicionais: a Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler (THD). O procedimento, desenvolvido na Itália, é minimamente invasivo, realizado sem corte, sem dor, com rápida recuperação e mínimo risco de complicações pós-operatórias.

Caracterizada por um inchaço das veias e artérias do canal anal – com possível inflamação, hemorragia ou trombose – a doença hemorroidária não é um tema muito discutido. Estima-se que 50% da população mundial, em algum momento de suas vidas, sofra de hemorróidas. A maioria das pessoas simplesmente tolera o problema, muitas vezes assustada com o pensamento de cirurgia tradicional, por conta do pós-operatório, um dos mais doloridos, e das complicações cirúrgicas. Agora, com a nova técnica, as pessoas podem encontrar alívio e voltar a ter qualidade de vida.

Procedimento minimamente invasivo

Nas tradicionais cirurgias de hemorróidas, as técnicas são invasivas, com cortes de tecidos, e provocam muita dor no pós-operatório, além de sangramento. Já a nova técnica THD, que é realizada sem corte, não tem risco de sangramento, e permite ao paciente voltar para casa até no mesmo dia, com baixíssimo risco de complicações.

A técnica THD utiliza um doppler – equipamento de ultrassom que mede o fluxo sanguíneo pelo som – para localizar os ramos terminais de artérias hemorroidárias. Com o paciente anestesiado (peridural mais sedação), o cirurgião insere o doppler no canal anal do paciente para identificar o pulso. Com um fio de sutura (uma agulha), que passa no interior do aparelho, a artéria (veia) é então costurada, reduzindo o fluxo que alimenta a hemorróida. Sem sangue, ela murcha, cessando a causa da doença. A cirurgia não envolve cortes ou retirada de material. O procedimento leva cerca de 45 minutos.

“Interrompemos o fluxo arterial e fixamos as veias no canal anal e, consequentemente, curamos a doença hemorroidária”, explica o proctologista, Dr. Pedro Basílio, responsável pela implementação da cirurgia de THD no Rio de Janeiro.

No pós-operatório das técnicas tradicionais, muitas vezes os pacientes reclamam de dor por até 10 a 15 dias depois da cirurgia. “Agora, podem voltar às suas atividades normais em poucos dias, sem praticamente nenhuma dor e baixo risco de reincidência. A nova técnica permite a possibilidade do paciente receber alta no mesmo dia, pois ele sente o mínimo desconforto”, conta o médico.

A nova técnica está disponível em países da Europa, nos Estados Unidos e, agora, no Pró-Cardíaco. A Anvisa e o FDA autorizaram a cirurgia.

Hemorróidas

As hemorróidas são resultado da dilatação das veias que ficam na região do ânus.*. A predisposição genética associada a outros fatores (dificuldades para evacuar, constipação intestinal, longos períodos para evacuar, dieta pobre em fibras, por exemplo) pode deflagrar a doença.

Em geral, nos graus iniciais, o tratamento das hemorróidas é clínico, à base de agentes tópicos. Nos graus mais avançados, especialmente quando as hemorróidas saem para fora do canal anal (prolapso), a indicação é quase sempre cirúrgica.

* Acredita-se que esta dilatação piora e se perpetua pela pressão exercida pelo sangue fluindo das artérias sob pressão, diretamente dentro das veias nesta região