Porto Alegre vem sendo exemplo internacional no tema do rastreamento mamográfico, segundo Philip Kivitz, radiologista norte-americano, que esta semana está trabalhando na capital juntamente com a coordenadora do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento e presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul – IMAMA RS, a médica mastologista Maira Caleffi. Kivitz veio ao Estado para realizar consultoria ao trabalho do Núcleo Mama Porto Alegre (no Hospital Parque Belém) e levar a experiência gaúcha a diversos países emergentes.
O Núcleo Mama Porto Alegre é fruto de uma parceria público-privada entre o Hospital Moinhos de Vento, a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre e o Ministério da Saúde, e conta com o apoio do IMAMA RS, associada à FEMAMA. A iniciativa visa educar a comunidade sobre os cuidados com a saúde da mama, além de promover estudos e pesquisas. Um dos seus diferenciais é o desenvolvimento de um modelo de atenção à Saúde da Mama que permite uma rápida resolubilidade entre o diagnóstico e o tratamento (quando necessário), que possibilita o aumento das chances de cura. Mais de dez mil mulheres já foram cadastradas no projeto desde sua criação, em 2004.
Pela quinta vez no Rio Grande do Sul, Kivitz elogiou a atuação do Núcleo Mama Porto Alegre. “Esta é a primeira vez que venho desde a implantação da mamografia digital em 2011. O trabalho desenvolvido aqui é um exemplo para outros países em função da facilidade de acesso e da qualidade do tratamento como um todo”, comenta. O radiologista é consultor para auditoria de qualidade para rastreamento mamográfico e percorre diversos países, como Grécia, Quênia e Japão, em busca da implantação de um modelo padrão de qualidade internacional. “Hoje o rastreamento mamográfico é uma preocupação mundial. Visito diversos países emergentes para inspecionar a qualidade e a regulamentação dos equipamentos para que funcionem adequadamente para o diagnóstico do câncer de mama”, ressalta.
Mamografia – Kivitz fez um alerta às mulheres gaúchas sobre a importância do exame para a detecção precoce do câncer de mama. Segundo ele, a mamografia deve ser feita anualmente por mulheres com mais de 40 anos. “Não há nenhum risco em fazer a mamografia. O exame é o primeiro passo para detectar qualquer anormalidade na mama”, afirma.
Reforçando o alerta de Kivitz, a médica mastologista Maira Caleffi lembra o recente episódio público da detecção de um câncer de mama na ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, que descobriu o carcinoma durante exame de rotinas. “A Ministra de Comunicação Social é um exemplo. Ela mesma afirmou ter descoberto o câncer de mama durante exames preventivos que costumava realizar uma vez por ano”, comenta Maira.
O câncer de mama tem até 95% de cura se descoberto cedo, por isso, segundo a médica, a mamografia é tão importante uma vez que mostra lesões em fase inicial, medindo milímetros. “O exame das mamas com o médico e por imagem deve ser realizado – sem medo e anualmente – por mulheres acima dos 40 anos de idade ou segundo recomendação médica, de acordo com o risco da paciente. Isso é tão importante que está assegurado em lei desde 2009 (Lei Federal 11.664)”, destaca Maira.