De acordo com a Pesquisa sobre Qualificação, Trabalho e Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Conselho Federal de Medicina, CFM, hoje, a característica principal do mercado de trabalho do médico é a multiplicidade de fontes de renda, não apenas restritas à Medicina. Não bastasse a multiplicidade de atividades, observa-se também a dispersão entre os setores de atuação, que vão desde o consultório clínico à docência. Apesar do aumento do número de atividades, cerca de um terço dos médicos tem percebido que sua renda vem diminuindo em anos recentes. Tal constatação preocupa as entidades médicas nacionais. A opinião é do coordenador da Comissão de Remuneração e Mercado de Trabalho do Médico, conselheiro Alceu Pimentel.
Para refletir sobre os problemas da remuneração médica e para apontar possíveis soluções para os impasses no setor público e de saúde suplementar, a Comissão de Remuneração e Mercado de Trabalho do Médico, formada pelas principais entidades médicas nacionais ? Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Confederação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos – vêm se reunindo mensalmente na sede do Conselho Federal de Medicina, CFM, em Brasília.
Agora, a Comissão coloca no ar o site www.remuneracaomedica.org.br
Por meio da homepage, o internauta ? médicos, jornalistas e estudantes de medicina ? podem ter acesso às informações sobre a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), sobre o Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), sobre a contratualização, além de poderem participar de fóruns de discussão e lerem artigos sobre estes temas.
A Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos é o parâmetro de honorários médicos que visa garantir uma remuneração digna e equilibrada dos serviços prestados. A CBHPM surgiu da ação unificada da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Sociedades de Especialidade e apoio das demais entidades médicas do país.Essa importante conquista busca preservar o respeito ao profissional médico, como também, ampliar a qualidade no atendimento ao paciente
A necessidade do Plano de Carreira, Cargos e Salários foi discutida e aprovada pelas entidades médicas do Brasil durante o Encontro Nacional das Entidades Médicas, no dia 29 de maio de 2003. As entidades decidiram lutar por uma carreira de médico no SUS para fortalecer o profissional médico e, conseqüentemente, o Sistema Único de Saúde. Baseado na complexidade do ato médico, na sua responsabilidade na equipe e no tempo de formação do curso de medicina, no PCCS o médico deverá ter um diferencial a mais com relação às outras categorias profissionais de nível superior da saúde. De acordo com o PCCS o ingresso na carreira de médico no SUS será através de Concurso Público de Provas e Títulos específicos em Medicina, com a participação das Entidades Médicas em todas as fases do concurso e a evolução na carreira será mediante tempo de serviço e qualificação permanente, como a obtenção de título de especialista e participação e desempenho em cursos reconhecidos.
O site trata também da contratualização. Trata-se de um trabalho desenvolvido no âmbito da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ao longo dos últimos dois anos, por solicitação das entidades médicas para que o relacionamento entre médicos e operadoras seja estabelecido através de um contrato que assegure uma relação justa para ambas as partes. Esta necessidade se fez marcante pelo fato de que os planos de saúde sempre operaram de forma unilateral impondo uma relação de trabalho sem contratos ou quando estes existiam eram impostos de forma a atender somente aos interesses da operadora.
Portal na Internet discute remuneração médica
Site da Comissão de Remuneração e Mercado de Trabalho do Médico vai refletir sobre os problemas e apontar possíveis soluções para os impasses no setor público e de saúde suplementar
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