O que afasta as pessoas de inscreverem registros pessoais de saúde? Segundo o ex- CEO de PHR da Dossia, Colin Evans, é a falha dos provedores de saúde em dar a eles controle sobre dados médicos. A razão principal para o público não se inscrever em PHRs (registros pessoais de saúde) é porque não se importam com sua saúde. Sim, há preocupações com segurança e privacidade e a relutância dos provedores em compartilhar as informações do paciente desaceleram o processo, mas o problema principal é a apatia. Basta olhar as estatísticas, apesar do incentivo da indústria médica e tecnológica durante os anos, apenas cerca de 10% dos amerricanos usam o PHR. E não podemos esquecer dorecente encerramento do Google Health, a tentativa do gigante de pesquisas em buscar o interesse do público em PHRs. A maioria dos americanos se preocupa mais com seus carros do que com sua saúde. Sabem mais sobre as especificações automotivas do que seu estado físico. Da mesma forma, as pessoas só vão ao médico quando alguma coisa dá errado, e esperam que apenas um remédio ou procedimento arrume as coisas, da mesma forma que lidam com seus mecânicos. A saúde para a maioria dos americanos é percebida como responsabilidade dos outros, e não deles mesmos.
A medicina preventiva sempre foi difícil de ser aceita nos Estados Unidos. É difícil convencer a maioria das pessoas ? especialmente os homens ? a fazer uma colonoscopia ou outro exame quando eles não têm nenhum sintoma. Então como os profissionais de TI corrigirão a apatia com o PHR? Não vão, assim como os médicos não corrigem a epidemia de obesidade no país. São problemas sociais que exigem mudanças culturais drásticas. Isso não é uma sugestão para abandoarmos o PHRs. Nem mesmo estou menosprezando o trabalho de organizações como a Dossia, uma organização sem fins lucrativos, fundada pela AT&T, Intel, Walmart e outras grandes empresas com o intuito de encorajar os funcionários a se envolverem mais ativamente com sua saúde, afinal, funcionários mais saudáveis significam menos custos com saúde para a empresa. Segundo Evans, algumas empresas clientes da Dossia conseguiram o apoio de cerca de 80% dos funcionários. Muito depende de como a empresa promove o serviço e dos tipos de incentivos fornecidos aos funcionários. O resultado positivo obtido por grupos com a Dossia deveria estimular empresas, seguradoras e fornecedores de PHR a buscar seu público da maneira certa. Mas temos que aceitar que esse será um processo lento, pelo menos para os americanos que visitam seus médicos apenas em emergências. Assim como médicos, os profissionais de TI são reparadores, e isso é uma boa característica. Redes mais rápidas, banco de dados mais seguros e compartilhamento de informação melhorado não podem curar a apatia das pessoas com sua própria saúde. Essa doença social precisa de um remédio mais forte.
Por que o registro pessoal de saúde não faz sucesso?
Não se trata de um problema de segurança, privacidade ou compartilhamento de dados. É um problema com o paciente
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