“Revolução em Dagenham” apresenta um acontecimento realmente marcante. Cansada de fazer um trabalho que requer o mesmo esforço que de homens em outros departamentos da Ford, Rita O’Grady (Sally Hawkins) move montanhas junta a suas amigas e ao representante sindical Albert (Bob Hoskins) na luta pela igualdade salarial. Rita trabalha no setor de costura, paralisado com uma greve que se arrastou por dias e que fez a Ford de Dagenham fechar suas portas por tempo indeterminado. Afinal, sem passar pelo processo que Rita e suas companheiras de trabalho eram responsáveis era impossível a produção de novos veículos.

Essa dramatização do episódio real de 1968 rende fortes consequências até hoje e é difícil imaginar como uma história tão forte como esta jamais tenha ganhado as telas antes de chegar nas mãos de Nigel Cole. Em um mundo onde mulheres ainda buscam serem valorizadas no mercado de trabalho, “Revolução em Dagenham” se mostra incisivo. Mais do que isto, a produção sabe dosar a seriedade deste conteúdo e dar relevo as personagens reais, retratadas como mulheres vaidosas, descontraídas e duras de queda. O melhor momento onde isto é testemunhado é na maravilhosa presença de Rosamund Pike, que vive a esposa de um ricaço. Em um daqueles momentos de brilhantismo com potencial de entrar na história do cinema, sua personagem, Lisa, se dirige a Rita relembrando os seus gloriosos tempos na universidade onde lia sobre pessoas extraordinárias que influenciaram a história e o quanto gostaria de vivenciar os sentimentos dessas pessoas no momento que atingem grandes feitos, incentivando-a a não desistir de sua luta. Ao término de “Revolução em Dagenham” a maior certeza que fica é de que Rita O’Grady experimentou esse desejo de Lisa como uma grande heroína.

A dramatization of the 1968 strike at the Ford Dagenham car plant, where female workers walked out in protest against sexual discrimination.

Título Original: Made in Dagenham

Ano de Produção: 2010

Direção: Nigel Cole

Roteiro: William Ivory

Elenco: Sally Hawkins, Daniel Mays, Bob Hoskins, Miranda Richardson, Rosamund Pike, Jaime Winstone, Geraldine James, Andrea Riseborough, Andrew Lincoln, Rupert Graves, Richard Schiff, Lorraine Stanley, Nicola Duffett, Matthew Aubrey, Roger Lloyd-Pack, Sian Scott, Robbie Kay, Marcus Hutton e Danny Huston

Fonte: Cine Resenhas

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