Os exemplos são diversos, mas nem sempre o resultado final é o esperado. Projetos de inteligência analítica ganham cada vez mais importância nas empresas, sobretudo, agora, com o crescimento vertiginoso na quantidade de informações disponíveis. A necessidade de analisar melhor o que chega e fazer um bom uso disso é necessidade latente. Mas para dar certo, é preciso trabalho conjunto de todos envolvidos e uma melhor comunicação entre TI e áreas de negócio.
Embora seja uma mensagem há muito tempo propagada, essa interação de forma saudável entre TI e os demais departamentos nem sempre acontece. Não é a toa que muitos projetos falham. Durante o Teradata Partners, evento organizado por usuários dos produtos da fabricante, em San Diego (EUA), diversas empresas apresentaram cases de análise de dados e, entre os motivos de sucesso, a parceria entre todos os envolvidos.
?Temos capacidade para produzir e entregar o que o negócio precisa em termos de análise. O time é organizado por funções de negócios, como vendas, planejamento e as responsabilidades são distribuídas?, comenta James Lee, líder do time de Enterprise Business Intelligence (EBI) da Nike.
No conglomerado, o desafio estava em melhorar integração entre duas grandes áreas que ele chamou de fundação (toda a parte corporativa) e consumo (produto, interação com clientes, entre outros). As áreas de negócio queriam mais agilidade e menos dependência dos homens da TI para, por exemplo, personalizar um relatório. Tudo foi discutido dentro de um grande projeto que envolveu, além dos departamentos, os times de arquitetura, modelação de dados, desenvolvimento, gerenciamento de projetos, desenvolvimento de report e BSA.
?Utilizamos métodos mais ágeis. Uma ou duas mesas por interação e com base em prioridade de dados mais usados. Houve, também, reúso de frameworks para reduzir manutenção. Os objetivos da criação eram claros, melhorar desempenho, suporte total ao reúso de dados e simplificar processos, reduzindo a complexidade para desenvolvedores de relatórios e analistas. Foi preciso revisar as colunas (do banco de dados) e identificar quais eram as mais usadas, saber escolher as fontes de dados corretas, mas tudo deve ser revisado e modificado com as áreas impactadas?, ensina.
Saúde
Na Pfizer, maior companhia farmacêutica do mundo em termos de receita (US$ 68 bilhões em 2010), o desafio de Krishan Kumar, diretor de soluções de engenharia do grupo de gerenciamento global de dados, estava em consolidar a plataforma de informações, começando pelo departamento financeiro, por conta das diversas aquisições promovidas pela corporação nos últimos anos.
?A Pfizer é resultado de uma década de crescimento rápido e também de fusões e aquisições. E isso traz desafios não só de integração, mas de análise de dados, ecossistema, diferença de natureza de negócio e isso demandou uma gestão de finanças bastante efetiva e uso demasiado de soluções de análise?, relembra o executivo.
O principal objetivo do projeto era centralizar as atividades de processamento de transações, gerenciar e reduzir demandas por serviços financeiros, padronizar relatórios, integração de plataformas tecnológicas e tudo com foco em agregar valor ao negócio. Como data warehouse, eles usam solução da Teradata, se atentando ao foco de ter uma única fonte de acesso.
Com o bom andamento, o projeto se estendeu aos departamentos de marketing e vendas e hoje eles possuem em produção 95 terabytes, com outros 95 em standby. A ideia, segundo Kumar, é levar o mesmo processo para pesquisa e desenvolvimento e os departamentos internos chamados de médico e clínico. ?É um negócio caro, mas que gera valor para companhia. O TCO ficou baixo?, atesta.
Além do bom trânsito entre os departamentos, ele lembra que o retorno do investimento em análise e planejamento da linha de frente do negócio é muito bom. De acordo com o diretor, o desempenho da leitura de dados tem sido acima da média, permitindo publicar dados com mais antecedência. Por lá, só uma barreira: ?O pouco apetite do negócio por mudanças no consumo da informação restringiu a habilidade de explorar todo o potencial das ferramentas?.
*O jornalista viajou a San Diego a convite da Teradata