Um dia depois de a Polícia Federal prender oito servidores e ex-funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) suspeitos de fraudar licitações e convênios públicos, o chefe de gabinete da fundação, Moisés Souza Santos, afirmou que o novo escândalo não irá prejudicar a população das localidades onde a Controladoria-Geral da União (CGU) constatou indícios de irregularidades.
Segundo Moisés, antes mesmo de a PF deflagrar a Operação Hygeia, a própria Funasa já havia aberto processos administrativos contra 14 pessoas que trabalham ou já trabalharam na fundação e que podem estar envolvidas com o esquema criminoso. De acordo com Moisés, todos os 14 suspeitos são de Mato Grosso, embora alguns tenham sido detidos ou estejam residindo em outros estados.
 
A PF prendeu, nesta quarta-feira (7), 31 pessoas, entre elas o atual secretário de Saúde de Porto Velho (RO), Williames Pimentel, que ocupou o cargo de diretor da fundação há cerca de um ano. E também o empresário Valdebran Padilha, um dos chamados “aloprados” que estiveram envolvidos com a compra de um dossiê contra políticos ligados ao PSDB durante as eleições de 2006.
Apesar de citar as medidas da Funasa para identificar as fontes de irregularidades e as entidades sem fins lucrativos que prestavam serviço inadequado, Moisés reconheceu a dificuldade de impedir o surgimento de novos escândalos envolvendo a fundação.
“A capilaridade da Funasa faz com que ela esteja fragilizada. A presença em 90% dos municípios brasileiros acaba possibilitando o surgimento de várias situações que muitas vezes são consideradas irregulares, mas nem todas são comprovadas”, afirmou Moisés, defendendo que há situações em que um gestor tem que tomar decisões urgentes apontadas como irregulares e pelas quais tem que responder depois.
Moisés ressaltou que as denúncias ainda estão sendo apuradas e que, portanto, não há como avaliar se houve ou não prejuízo aos cofres públicos.
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