Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) descobriram que um tipo de hormônio produzido pelo organismo com estrutura similar à das gorduras, as prostaglandinas, pode auxiliar no tratamento e até mesmo na prevenção aterosclerose, segundo a Agência Fapesp. A doença caracteriza-se pela formação de placas de gordura que impedem a passagem do sangue e pode levar à morte se afetar as artérias do coração ou do cérebro. Utilizando prostaglandinas, a equipe do bioquímico Paulo Ivo Homem de Bittencourt Júnior produziu um composto que, em experimentos com camundongos, mostrou-se capaz de dissolver as placas de gordura que se acumulam nas artérias ? os ateromas, como dizem os médicos. Essa formulação, que recebeu o nome provisório de LipoCardium, também impediu a formação de placas, conseqüência do consumo de alimentos gordurosos, do tabagismo e do sedentarismo.
Caso se demonstre a segurança e a eficácia desse composto nos futuros testes com coelhos, cães e seres humanos, é possível que em até dez anos chegue às farmácias um medicamento novo para evitar a formação das placas que impedem a circulação normal do sangue.
Fabricadas em pequeníssimas quantidades no interior das células, as prostaglandinas formam uma vasta família de moléculas pequenas ? cada uma delas composta por uma seqüência de apenas 20 átomos de carbono ?, com ações distintas nas diferentes partes do corpo, que vão do controle da pressão arterial e da ativação do centro cerebral da dor à indução ao parto.