Uma tese de doutorado defendida na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP), pela médica Sonia Marta Moriguchi, analisou os índices de acerto da cintilografia, um dos exames complementares à mamografia quando esta apresenta-se inconclusiva no rastreamento do câncer. O estudo registrou, dos 111 tumores malignos e 47 benignos estudados, índice de acerto da cintilografia em 89% nos diferentes tipos de câncer que acometem a mama e 93% entre os carcinomas mais freqüentes e agressivos, os ductais.

A abordagem principal do estudo foi a proposta de cálculo matemático de um índice de concentração da substância sestamibi[99mTc] – utilizada na cintilografia – no tumor que indicasse malignidade. Os resultados mostraram que índices maiores são observados em tumores malignos e mais agressivos. Segundo a médica, a inclusão de um valor numérico que sugira a presença do carcinoma na descrição do laudo do exame é muito importante, pois a análise deixa de ser somente subjetiva.
A partir da divulgação desses resultados, a pesquisadora acredita que oferece aos médicos maior segurança para solicitarem a cintilografia. A identificação de uma lesão suspeita indica a necessidade rápida de realização da biópsia para a confirmação diagnóstica.
Foi observada uma taxa global de 11% para falsos positivos e negativos; esse valores indicam que apesar de um bom método diagnóstico, a cintilografia apresenta limitações, não sendo indicado para o rastreamento e sim como exame complementar à mamografia. Por sua vez, a mamografia, embora seja o método de imagem mais seguro para o rastreamento do câncer, pode apresentar-se inconclusiva nas condições de aumento da densidade e alteração da arquitetura habitual da mama, casos em que a cintilografia pode ser indicada.