Trabalho de pesquisadores do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP) recebe Prêmio de Pesquisa Experimental no Congresso Brasileiro de Dor
A estimulação elétrica do córtex motor já é amplamente utilizada na clínica médica como ferramenta para controle da dor persistente. Entretanto, ainda não era conhecido o seu mecanismo de atuação. A partir desse desafio, o Grupo de Pesquisa de Neuromodulação e Dor Experimental do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP) estabeleceu, após dois anos de estudos, como funciona a estimulação do córtex motor (ECM), frente à dor neuropática.
Os pesquisadores Rosana Pagano, Cristiane Cagnoni Ramos e Erich Fonoff, do IEP, e Luiz Roberto Britto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, submeteram ratos a um modelo de dor crônica neuropática e, após uma semana, implantaram eletrodos sobre a área do córtex motor dos animais e compararam com ratos “falso-operados”.
Nos animais em que a dor foi revertida pela estimulação, observou-se a ativação do sistema adicional de inibição da dor chamado endocanabinóide. Os endocanabinóides são substâncias que começaram a ser estudadas a partir da década de 1990, encontradas no sistema nervoso e imunológico dos animais e seres humanos, que ativam os receptores canabinóides, responsáveis pela analgesia e sensação de bem-estar. A ECM também proporcionou a inibição das células que produzem os fatores que contribuem para a manutenção da dor crônica (células gliais).