Segundo a tese desenvolvida pela enfermeira Simone Mendes Carvalho, defendida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a discriminação e o despreparo de profissionais tornam o atendimento de mulheres que recorrem o aborto inadequado no sistema de saúde.
O estudo indica que geralmente são mulheres de baixa renda que abortam, e que há uma demora, além de muitas vezes sequer terem anestesia.
Segundo o material desenvolvido, foram entrevistadas 16 mulheres que tiveram 44 gestações e abortaram 22 vezes. Na maioria das vezes elas tinham menos de 20 anos e não tinham condições de sustentar os filhos, assim como o relacionamento com o então parceiro. Entre as técnicas utilizadas estava a ingestão de comprimidos e chás abortivos.
Devido ao despreparo de profissionais e à discriminação, mulheres que recorrem ao aborto induzido no país são maltratadas ou atendidas inadequadamente no sistema de saúde. Segundo a pesquisadora, o julgamento é um fator moral relevante direcionado às pessoas que abortaram. Desestimuladas, elas não procuram serviço médico e aumentam o número de mortes. O Ministério da Saúde confirma que esta é a quarta causa de morte materna no país – e, no Rio, trata-se da terceira. O problema é reconhecido pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren), que admite que cerca de 80% das pacientes que passam pelo procedimento,, são na maioria das vezes hostilizadas nessas unidades.
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Pesquisa revela: Mulheres que abortam são maltratadas no serviço de saúde
Despreparo dos profissionais de saúde e discriminação revela são principais motivos para a hostilização de 80% das pacientes
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