O modelo atual, o ?fee for service?,  é visto pelo setor como  insustentável e para mudá-lo algumas iniciativas já começam  a ocorrer na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). É  o que explicou o diretor da Impacto Médica, César Abicalaffe, durante à tarde desta quinta-feira (22), no segundo Intercâmbio de Ideias sobre Pagamento por Performance,  no  Saúde Business Forum 2011. O executivo, que  integra o grupo de trabalho da ANS sobre o assunto, afirmou  que o grande passo para um futuro modelo é a Resolução Normativa 267,  que institui o Programa de Divulgação da Qualificação de Prestadores na Saúde.  ?Essa RN será o grande ponto de virada?, afirmou.  O grupo da ANS já tem mais de um ano e trabalha discutindo indicadores utilizados em outros lugares do mundo  e como eles se adequariam à realidade brasileira.   Mas em torno de um modelo de remuneração por desempenho  pairam eternas dúvidas de como medir e monitorar a atividade profissional e como remunerá-la . De acordo com  Abicalaffe, um novo modelo de remuneração  levaria em consideração os seguintes pontos:  simplicidade;  a condição de modelo passível de generalização- por conta do complexo sistema de saúde brasileiro;  centrado do paciente e ético. Já os principais desafios são: as questões relacionadas à ética, gestão, operacional, cultural- o engajamento médico com a agenda da qualidade. Dentre as lições aprendidas até agora sobre a discussão, Abicalaffe aponta que o ganho por desempenho deve ser desvinculado da consulta médica e também a necessidade de integração de dados. ?Existem hospitais  com alto nível de acreditação que tem erros no banco de dados?, afirmou. Debates Durante o painel,  o diretor do Hospital Vera Cruz, Renato Rabelo questionou sobre um modelo que monitoraria um profissional que já lida com problemas como a baixa remuneração e exporia o médico a mais uma pressão. Abicalaffe concordou com os comentários e reforçou que o atual modelo é insustentável. ? É um problema sistêmico. Temos que mudar essa lógica e o P4P é uma alternativa?. O diretor da Santa Casa da Bahia, Augusto Cesar Figueiredo Moraes disse que falta incluir os fornecedores no debate, pois ele faz parte da cadeia e está diretamente ligado com os custos do hospital. O executivo da Impacto Médica, César Abicalaffe disse que já ocorrem transformações. ? Eu acho que existe um processo de mudança para dificultar a escolha da órtese e prótese pelo médico e isso já é uma grande mudança no processo?. Já o vice-presidente da Lincx, Jair Monaci, disse que apesar dos grande entraves entre fornecedores, operadoras, médicos e hospitais, a respeito do problema da remuneração e também dos conflitos entre os agentes, afirmou que a discussão já melhorou se comparada a anos anteriores. ? Não tínhamos confiança. Evoluímos muito. Mas não teremos soluções únicas?.