Atuo com a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) há mais de 30 anos. Atualmente, realizamos 6 mil sessões de hiperbárica por mês, com foco no tratamento otimizado. No entanto, a implementação de programas de OHB em clínicas e hospitais necessita de uma abordagem estratégica e bem planejada. Por isso, confira as estratégias necessárias para a implementação e gestão eficaz desses sistemas, destacando os principais desafios e soluções para garantir a sustentabilidade e o sucesso do tratamento.
Para iniciar um programa de OHB, é essencial realizar uma análise que avalie a necessidade e a demanda local, considerando a prevalência de condições tratáveis pela OHB e a viabilidade econômica. A seleção de equipamentos de alta qualidade, certificados por órgãos reguladores, é crucial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento. As câmaras hiperbáricas, sejam elas monoplace ou multiplace, devem ser escolhidas com cuidado, garantindo que atendam a todos os requisitos técnicos e de segurança.
A localização e as instalações
Em anos de trabalho com gestão de hospitais, destaco a importância de colocar as câmaras hiperbáricas em locais que atendam aos requisitos de segurança, incluindo sistemas de suporte de vida, controle de incêndio e fácil acessibilidade para pacientes ambulatoriais e hospitalizados. A infraestrutura deve ser adequada para suportar o equipamento e garantir a segurança dos pacientes e da equipe.
A formação e a capacitação das equipes
Posso afirmar que a capacitação dos profissionais é um dos pontos-chave para a implementação e manutenção de um sistema de OHB. Eles devem estar profundamente treinados em fisiologia hiperbárica, operação de câmaras, manejo de emergências e protocolos de segurança. Acredito que iniciativas de educação continuada são essenciais para manter a equipe atualizada sobre novas técnicas, pesquisas e regulamentações. Isso não só garante a adesão às melhores práticas, mas também eleva o padrão de cuidado oferecido aos pacientes.
A gestão operacional
Ao longo da minha experiência, aprendi que a gestão operacional eficiente é a espinha dorsal de qualquer programa de sucesso. Implementar protocolos rigorosos de segurança é essencial, assim como realizar verificações regulares das câmaras e manter um monitoramento contínuo dos pacientes durante o tratamento. Na gestão de qualidade, é crucial utilizar indicadores para monitorar o desempenho clínico e operacional, considerando taxas de complicações, satisfação dos pacientes e resultados terapêuticos. Além disso, sistemas eficientes de agendamento, triagem, acompanhamento e registro detalhado dos tratamentos são fundamentais para garantir uma abordagem centrada no paciente e a continuidade do cuidado.
Marketing e divulgação
Por fim, campanhas informativas por meio de mídias sociais, websites e materiais impressos podem educar a comunidade e os profissionais de saúde sobre os benefícios e indicações da OHB. Estabelecer parcerias estratégicas com profissionais de saúde, hospitais, clínicas especializadas e seguradoras de saúde pode promover o encaminhamento de pacientes e a integração na rede de serviços de saúde.
Com um enfoque estratégico e bem delineado, é possível oferecer tratamentos de alta qualidade que não apenas melhoram os resultados clínicos, mas também elevam significativamente a qualidade de vida dos pacientes, assegurando a sustentabilidade e o sucesso do projeto.
*Dr. José Branco é Presidente da Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) do Brasil, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP), atua como Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.