O Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugurou recentemente um novo Programa de Cirurgia Cardíaca Robótica. O diferencial deste projeto é que os procedimentos realizados por meio dele são pouco invasivos, diferentemente das operações cardíacas convencionais, caracterizadas por grandes incisões.
Segundo o cirurgião vascular da instituição, Diego Gaia, a maioria cirurgias precisam ser feitas com abertura do tórax e a recuperação é lenta, fazendo com que o paciente fique de dois a três dias na UTI e em recuperação de até três meses.
No entanto, com o novo método, os pacientes podem retomar as atividades em no máximo 30 dias, enquanto na convencional o afastamento é de 3 a 4 meses. Além disso, no procedimento costumeiro os pacientes costumam ficar de 48 a 72 horas na UTI e de 7 a 10 dias internadas, correndo risco de adquirir infecção hospitalar no pós-operatório.
?Atualmente é possível fazer uma ponte de safena e cardiopatia congênita utilizando um robô. O sistema permite que a operação seja feita com pequenas incisões e sem cortes. E o equipamento proporciona uma visualização do órgão superior ao olho humano?.
Os procedimentos realizados no hospital tiveram intuito de correção de uma cardiopatia congênita chamada de comunicação interatrial, a abertura entre o lado direito e esquerdo do coração na sua parte superior chamada de átrio. Foram feitas pequenas incisões na parede torácica que permitiram a introdução de um endoscópio com câmera de vídeo acoplada. As imagens em alta resolução e tridimensionais foram transmitidas para um console onde o cirurgião comandava os movimentos das pinças instaladas no paciente
Um dos motivos que levou a instituição a investir na cirurgia cardíaca robótica foi a redução de custos hospitalares. No entanto, o cirurgião vascular afirma que não é possível dizer que o procedimento é indicado para todos os tipos de paciente e alerta que é preciso avaliar como o indivíduo chega ao hospital. Mas espera que o número de pessoas submetidas ao procedimento aumente e torne-se uma prática.
Ato praticado
Ainda que a instituição tenha inaugurado o serviço de cirurgia cardíaca robótica há pouco tempo, os procedimentos na especialidade já foram praticados anteriormente em urologia.
O hospital adquiriu o robô Da Vinci SHD em 2008 e já realizou mais de 280 procedimentos urológicos robóticos com ele.
O cirurgião cardiovascular João Breda conta que o hospital possui um Centro de Cirurgia Robótica que tem o objetivo de desenvolver o método em outras especialidades, como aparelho digestivo cabeça e pescoço e ginecologia.
A intenção do hospital, de acordo com Breda, é, cada vez mais, tornar-se referência em tecnologia inovação e alta complexidade.
E finaliza ao dizer que a instituição pretende englobar todas as especialidades na rotina de cirurgia robótica, para que se auxiliem e cresçam juntas.