A crescente competitividade em todos os segmentos de mercado, faz com que a gestão dos negócios ganhe cada vez mais importância no mercado. Podemos afirmar que, quanto mais eficaz for a gestão, melhor será a performance das empresas e dos profissionais liberais, aí incluídos clínicas, consultórios e médicos. Ou seja, a atenção aos aspectos administrativos tem-se tornado um forte diferencial competitivo.
As grandes corporações já incorporaram esses mecanismos há muito tempo, atualmente também é possível encontrar uma considerável quantidade de empresas de médio porte que utilizam ferramentas de administração em sua operação. Entretanto, ainda existe uma considerável parcela do mercado corporativo, pouco atenta às necessidades de uma gestão baseada em sólidos conceitos administrativos.
Um outro mercado que ainda não explora essa possibilidade é o de profissionais liberais. Consultórios e clínicas dos mais diversos portes voltam todas as suas baterias para a especialização em sua área de atuação e formação.
É comum encontrar empresas desses segmentos que jamais calcularam ou ao menos pensaram na composição de custos de seus serviços. Só têm ciência de, que ao final do mês, conseguem pagar suas despesas e auferir algum lucro – ou não.
Algumas dessas empresas até têm noção de custos, porém deixam de considerar variáveis importantes em seus cálculos, tal como a depreciação de equipamentos, por exemplo.
Outra ferramenta pouco explorada é o marketing, essa então, com o agravante de despertar fortes rejeições. A grande maioria dos proprietários ou gestores alega, antes mesmo de receber qualquer informação a respeito, que marketing não é permitido em sua área de atuação e/ou que não possuem verba.
Infelizmente a grande confusão de que marketing é a mesma coisa que publicidade ou promoção tem se alastrado numa velocidade espantosa, ao ponto de oportunidades ligadas a ações de posicionamento, precificação, planejamento e análises de mercado serem descartadas previamente apenas pelo fato de serem disciplinas de marketing.
Por outro lado, assuntos ligados à área de recursos humanos não são tão rejeitados, sendo que em alguns casos até motivam conversas interessantes. O grande problema é quando o tema deriva para a definição de planos de cargos e salários, para o detalhamento de funções e perfis, para o estabelecimento de rotinas de treinamentos ou de até mesmo para implantação de programas de avaliação. Nessa hora a reação é quase sempre a mesma: “mas precisamos mesmo disso?”. Pode até ser que naquele exato momento não precisem, mas o que acontecerá no futuro? Quem sucederá os atuais profissionais?
Exemplos da pouca atenção dada pelas empresas de profissionais liberais às ferramentas administrativas não se restringem às áreas citadas acima. Podem ser incluídas, entre outras, a área de TI, onde sistemas são adquiridos sem a devida atenção à compatibilidade de equipamentos e os recursos existentes são pouco utilizados ou mal dimensionados; Suprimentos, onde materiais são adquiridos sem procedimentos pré-estabelecidos e fornecedores escolhidos em função da proximidade ou grau de afinidade.
É fato, entretanto, que as carências assinaladas não podem, de modo algum, serem creditadas à capacidade dos responsáveis por essas empresas. O que ocorre é que tais profissionais foram formados focando a atuação e evolução de sua especialidade, não se importando ou tendo tempo para desenvolver outras habilidades, que hoje se mostram importantes para a operação de seus negócios.
Por último, é importante ressaltar que o quadro exposto não deve induzir a criação de estruturas pesadas e organogramas complexos para essas empresas da área de saúde, mas sim, que as mesmas se estruturem e atentem para certos aspectos que, com toda certeza, melhorarão seu desempenho com uma ótima relação de custo-benefício.
*Idel Halfen é executivo de Marketing, formado em Economia e Administração de empresas, Sócio da Perform Consultoria de Resultados.
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