No próximo 18 de outubro é comemorado o Dia do Médico. Pensei em discursar sobre como eles estudam anos a fio para se formar, dedicam a vida aos seus pacientes, são heróis, salvam vidas, mas achei que seria óbvio demais. Para saber isso basta, por exemplo, ligar o televisor e assistir aos seriados Grey”s Anatomy ou E.R (traduzido no Brasil para Plantão Médico). Então, decidi escrever sobre os desafios da atividade médica.

A Medicina é uma ciência igualmente complexa e antiga. É só lembrar que os egípcios, ao mumificar os corpos, estudavam a anatomia humana. Já os gregos foram os pioneiros no estudo dos sintomas das doenças. Eles tiveram como mestre Hipócrates que, quase 2,5 milênios depois, ainda é considerado o pai da medicina. Aliás, até hoje, quando você vai a uma formatura de Medicina, faz-se o Juramento de Hipócrates. E ele é a base da ética da profissão.

Hipócrates viveu em uma época de filósofos como Sócrates e Platão, e praticamente criou os valores da Medicina. O verdadeiro médico, para cumprir os preceitos de Hipócrates, precisa seguir normas como: combater a raiz da enfermidade através de seus opostos; atuar habilmente; agir no organismo enfermo com equilíbrio e bom senso; oferecer ao doente a necessária educação; cuidar do indivíduo levando em conta sua singularidade, seu tipo físico, sexo, faixa etária, entre outros fatores; perceber o momento mais adequado de intervir no tratamento; levar em conta não só a fração do organismo afetada, mas o seu todo; sempre se deixar guiar pela ética.

Mas hoje podemos dizer que os desafios dos médicos são ainda maiores. Tudo começou quando o conhecimento médico foi invadido por uma enorme avalanche de dilemas éticos e morais trazidos pela Biotecnologia. Ninguém se atreve a não reconhecer os brilhantes avanços conquistados com o transplante de órgãos, a reprodução assistida e a terapia gênica. Mas ela trouxe as polêmicas, por exemplo, da medicina preditiva, que tem como proposta antever o surgimento de doenças, do uso de células-tronco e de óvulos congelados, dentre tantos outros temas tão debatidos pela opinião pública.

Não sabemos hoje com precisão o que a Medicina poderá fazer com seus poderosos computadores e novos conhecimentos. Mas estamos conscientes de que já começou uma fase de grandes conflitos, típica de momentos de mudanças. E temos certeza de que nossos médicos saberão, como sempre souberam, administrar bem este novo paradigma.

Para terminar, voltemos à comemoração do Dia do Médico. Sabe-se que 90% dos resultados médicos dependem diretamente de exames laboratoriais e da confiabilidade de seus laudos. Por isso, sentimo-nos parte desta comemoração e fazemos parte desta nova era de desafios. Agradecemos a dedicação dos médicos, que se esforçam em tentar melhorar a qualidade de vidas de todos aqueles que os procuram. Parabéns e saúde a todos vocês!

*Silvia Kelm é gestora de atendimento da regional Sul da DASA, empresa representada em Curitiba pelo Frischmann Aisengart

Acompanhe o Especial Dia do Médico na próxima segunda-feira, dia 18 de outubro, no Saúde Business Web!

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