Desenvolver um projeto de retrofit em um prédio de 17 andares construído na década de 70 para abrigar escritórios não foi tarefa fácil para as arquitetas Diana Malzoni e Luciane Vaz, mas a recompensa veio logo após a conclusão do novo edifício do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo.

A alta demanda de atendimentos fez com que instituição, comprada pelo pediatra José Luiz Setúbal em 2005, desenvolvesse um projeto de expansão. Com investimentos de R$ 85 milhões, a unidade passou de 31 leitos de apartamentos para 104, sendo 28 de UTI.

Modernização foi a palavra de ordem nesse projeto proposto pela instituição. A área de 17 mil m² se transformou em um hospital completamente lúdico, além de a parte técnica ser de última geração. “Todos os andares têm áreas lúdicas com brinquedos interativos e um ecossistema proposto pela nossa equipe, que contou com a parceria de Domingos Fiorentini para a realização do projeto”, relata Diana Malzoni.

No 1º subsolo do hospital foi criado o tema ?Bichos de Terra”, já o térreo abriga o tema ?Brasil”, com desenhos coloridos no piso e elementos lúdicos distribuídos em todo o ambiente, desde animais que habitam na mata atlântica até peixes e siris. Outro diferencial é o teatro temático de bonecos e um espelho d´água com brincadeiras.

Nos apartamentos, Diana comenta que as cores e materiais aplicados remetem a uma residência e não ao ambiente hospitalar para oferecer maior conforto e tranquilidade aos pacientes. As réguas hospitalares instaladas atrás de cada cama foram customizadas de acordo com o tema do andar em questão.

“Até mesmo os bicos de oxigênio de cada leito ganharam atenção especial, eles saem do próprio desenho estampado na régua. Outro detalhe é a iluminação nos tons de azul e amarelo, que podem ter seus focos controlados”. No centro cirúrgico as arquitetas elaboraram um projeto com desenho de peixinhos no teto. “Não podemos esquecer que as crianças serão transportadas por macas até essa área do hospital”, completa.

A acessibilidade em todos os ambientes também foi bem trabalhada pela equipe responsável pelo projeto, assim como o conforto térmico e acústico. No andar térreo, por exemplo, o pé direito alto e a vegetação permitiram que fosse excluída a ideia do uso de aparelhos de ar-condicionado, priorizando a ventilação natural.

Pensando no conforto e bem-estar dos acompanhantes, o projeto do novo Sabará inclui sala de espera com integração para o quarto da criança, na ala VIP localizada no sétimo andar, onde encontra-se um terraço descoberto com brinquedos e área verde para as crianças e os pais passarem o tempo. No mesmo andar é disponibilizado um espaço ecumênico para momentos de oração. “Esse ambiente conta com iluminação de céu estrelado para oferecer ainda mais conforto”, comenta Diana.

O prédio ainda tem um andar exclusivo aos adolescentes, lanchonete, brinquedotecas, espaço para computadores, quartos e salas de espera amplas, consultórios médicos, banco de sangue, laboratório de análises clínicas, entre outros serviços.

A parte de circulação do hospital também foi muito bem cuidada. Em todos os andares a circulação de profissionais é independente da social, para isso foi preciso aumentar o número de elevadores.

Para os médicos foi criada uma área de conforto com TV, ambiente para computador e descanso.

A estimativa é que nos próximos dez anos o hospital atinja entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões por ano.

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