A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) denunciou esta semana que em todos os grandes hospitais brasileiros que pacientes do SUS podem ficar até cinco anos na fila para receber uma prótese. Segundo a entidade, isso ocorre por falta de financiamento à infraestrutura: faltam salas cirúrgicas, ambulatórios, equipamentos para anestesia, aparelhos para exames de imagem, entre outros, segundo os especialistas.

Em meio à polêmica sobre a importação de médicos estrangeiros, o presidente da SBOT, Flávio Faloppa, diz que os 10 mil ortopedistas brasileiros são suficientes para atender a população necessitada e eliminar as filas nos hospitais. Mas faltam as condições mínimas necessárias.

Faloppa, que integra os quadros do Hospital São Paulo, da Unifesp, diz que na instituição em que trabalha a fila para colocar uma prótese de quadril, de joelho ou para uma revisão ? substituição da prótese após uma década de uso ? é de cinco anos. ?Mas eu tenho médicos, pós-graduandos, professores, anestesistas e pessoal de enfermagem mais que suficiente para zerar essa fila em pouquíssimo tempo, se houvesse recursos para fazer mais de duas próteses por semana, que é o número que nossa equipe está autorizada a fazer?, diz.

Para o especialista, a situação é idêntica nos demais hospitais de São Paulo, incluindo o Santa Marcelina e o Hospital das Clínicas, além dos grandes hospitais do Brasil. Assim, considera, quando os médicos estrangeiros chegarem o problema não será resolvido.