Cinco das principais organizações americanas de assistência médica vão utilizar blockchain para garantir que informações sejam distribuídas de forma segura e atualizada. Entre as empresas participantes do piloto estão: UnitedHealthcare, Humana, Optum, Quest Diagnostics e Multiplan. A aliança é uma das primeiras iniciativas dos EUA, se não a primeira, a utilizar blockchain para o cuidado de saúde. O objetivo é auxiliar a troca de dados entre pagadores e provedores. Espera-se que o uso da tecnologia torne os dados mais precisos, a administração mais eficiente e reduza os custos relacionados a esse processo.
As empresas explorarão como a tecnologia pode ajudar a garantir que as informações mais atualizadas sobre os prestadores de serviços de saúde estejam disponíveis nos diretórios dos provedores de plano de saúde. Um grande desafio é manter a lista de fornecedores atualizada para os provedores. Os custos administrativos de atualizar e rastrear essas informações são estimados em mais de US$ 2 bilhões por ano para o setor de saúde.
“Do ponto de vista das organizações provedoras (…) elas podem trabalhar com dezenas de planos de seguro, e cada um dos planos está solicitando ou verificando as informações do provedor individualmente”, disse Mike Jacobs, engenheiro sênior da Optum. “Essa é uma questão tão grande que está realmente afetando o acesso ao atendimento de muitos pacientes”. Atualmente, cada pagador deve buscar as mesmas informações do provedor separadamente. Um problema é que os provedores são frequentemente inundados com pedidos semelhantes de dezenas de planos.
Além disso, é muito comum que as informações entre provedores e pagadores não estejam alinhadas, o que resulta em processos de reconciliação de dados muito demorados e caros. A premissa do piloto se baseia no argumento que tanto os custos operacionais quanto administrativos e a qualidade dos dados pode ser melhorada através do compartilhamento de informações e alterações entre os participantes. “Isso funciona para os pagadores que têm uma população de provedores que se sobrepõem”, disse Mike.
“Com a explosão dos dados de saúde, as organizações precisam de melhores maneiras de compartilhar e aproveitar as informações para gerar valor clínico e econômico”, disse Lidia Fonseca, chefe de informações da Quest Diagnostics. “Estamos conectados a mais de 650 plataformas de registros eletrônicos de saúde e à maioria dos sistemas de saúde e médicos nos EUA, por isso trazemos um nível único de percepção sobre como conectar pessoas e organizações em todo o setor de saúde”.
Mas a estratégia da aliança veio acompanhada de uma decisão regulatória americana: os Centros de Serviços Medicare e Medicaid penalizam as seguradoras por diretórios imprecisos de prestadores de serviços médicos. Cerca de 52% dos provedores se encaixam neste contexto.
Após a divulgação dos resultados do piloto, ainda este ano, as empresas decidirão a melhor forma de implementar o programa. Essa iniciativa pode ser um primeiro passo para a interoperabilidade e maior automação nos serviços de saúde em relação à eficiência de backoffice.