O peso acima do ideal interfere no ciclo hormonal da mulher e é um fator prejudicial à fertilidade. “Se uma mulher tem gordura corporal em excesso, seu corpo também produz uma maior quantidade de estrógeno e começa a reagir como se estivesse controlando a reprodução, limitando as chances de gravidez”, diz Ueno. Isso vale também para os homens. “O excesso de peso altera as taxas de dois hormônios importantes, reduz o nível de testosterona e aumenta o de estradiol, o que compromete a produção de esperma. Além da obesidade afetar o ciclo hormonal masculino, estudos apontam que aqueles que apresentam sobrepeso têm maior índice de fragmentação do DNA do espermatozóide, o que pode gerar falha na fertilização”, afirma o médico.Muitas mulheres enfrentam dificuldades para engravidar relacionadas aos problemas desencadeados pela obesidade, como o diabetes e a Síndrome dos Ovários Policísticos. A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos. O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. “A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, que impedem a ovulação”, explica o médico Joji Ueno, que também dirige Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo. A recomendação geral para uma paciente obesa que deseja engravidar é a de que ela precisa primeiro emagrecer.