No grupo das 35 Melhores Empresas para se Trabalhar em Saúde pode-se encontrar diversas formas de gestão, maneiras de organização e diferentes perfis de sucesso, visto a complexidade do setor da saúde. Pode-se dizer que não há uma resposta sobre o tempo ideal para um CEO permanecer no cargo, diante das inúmeras particularidades que fizeram cada um dos gestores chegarem ao respectivo cargo máximo. ?A rotatividade em qualquer área é sempre uma oportunidade de complementar competências, revisar e inovar. Um olhar diferente, de tempos em tempos, é saudável para as instituições. Porém, o desafio a ser vencido é outro: descobrir o momento certo do encerramento de cada ciclo. Não há regra: podem ser dois, cinco, 10, 15 anos. O importante é a produção de ideias, as melhorias, o desenvolvimento de produtos, a formação de líderes, motivação e a preservação da cultura organizacional. E o que está bom deve ter continuidade?, avalia o diretor administrativo do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Dario Ferreira Neto. O executivo da instituição paulistana está há quase 30 anos na mesma casa, onde começou como escriturário em 1985, passando por inúmeros cargos até se tornar diretor administrativo.  Com esse histórico, Ferreira entra no grupo dos 44% dos CEOs, presentes na lista, que fizeram carreira no local e levaram, em média, uma década para chegarem ao posto maior na escala profissional. Agora, o futuro dirá se o executivo chegará à média das 35 em destaque: sete anos anos de permanência no cargo, contra nove na área de saúde. ?Diante da complexidade da área da saúde, acredito que não exista um perfil mais indicado [para CEO]. É um conjunto de competências e experiências que poderão direcionar para o caminho mais assertivo. Por outro lado, qualquer que seja o perfil, é necessário que esteja atento aos desafios, às oportunidades?, completa. Sobre o fato de comandar os mais de mil funcionários do Edmundo Vasconcelos, Ferreira valoriza o clima entre os colaboradores. ?Focamos no cuidado com os nossos funcionários, no bem-estar, para que desenvolvam suas atividades com motivação e dedicação. O relacionamento e o clima organizacional têm de ser excelentes. Queremos funcionários satisfeitos com a nossa empresa e isso reflete no fato de estarmos três anos seguidos entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil.?, afirma. Segundo ele, se valoriza muito o relacionamento com o quadro de funcionários e o importante é que se estabeleça uma relação de compromisso com os projetos, metas, valores, missão e desafios da instituição. Outro que já é antigo na empresa é Luis Carlos Antunes Cavalheiro, presidente da Unimed Missões, em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul. Ele iniciou a trajetória na diretoria da empresa em 1994, e agora ocupa a cadeira de presidente há três anos. ?Passei por vários cargos de gestor, o que me deu uma experiência para estar aqui?, conta o executivo que começou na empresa como diretor de serviços próprios e passou também pelo RH. ?Primeiro, ajuda porque é importante conhecer bem o ramo que você está trabalhando, no nosso caso, o de estar numa operadora de saúde. Segundo, é ótimo conhecer todas as etapas por dentro da empresa, os colaboradores, os serviços gerais, o administrativo?. Não bastasse ter feito longa caminhada dentro da Unimed Missões, o médico é natural de Santo Ângelo, cidade de quase 80 mil habitantes. ?Isso é de extrema importância. Conhecer a comunidade, conhecer a região onde você está, e o fato de ser a sua região, ajuda muito?. Situação completamente diferente, ao menos em termos geográficos, vive o espanhol Eduardo Recoder, presidente da AstraZeneca no Brasil. O caso dele é o oposto de Cavalheiro, que atua na própria cidade-natal. ?Entrei na companhia como diretor na Espanha, depois de quatro anos fui promovido para Portugal, onde pude ser preparado para assumir coisas maiores. Daí surgiu a oportunidade de liderar a companhia no Brasil, que é um mercado muito importante. É uma responsabilidade muito grande?, analisa o executivo, que tem um pouco mais de dois anos na empresa.
Farmacêutico formado em Barcelona, o executivo também completou um curso de MBA na Europa e ainda trabalhou na Alemanha e na Inglaterra. ?Essa chance de conhecer vários tipos de profissionais ajudou a me capacitar na hora de entender um novo desafio. E agora eu tenho de garantir um bom ambiente para trabalhar num lugar como um mercado muito dinâmico como o Brasil?, finaliza.