Nesse ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou
levantamento em todos os Estados da federação para avaliar os motivos que levam
à falta de medicamentos e insumos nas instituições públicas de saúde.
Nas 116 unidades visitadas foram apontados: falhas nos
processos de licitação (59%); erros no gerenciamento dos estoques central e
local (18% e 10%, respectivamente); problemas na distribuição dos bens entre as
unidades (9%); não entrega pelos laboratórios nos prazos estipulados (9%); falta
de comunicação sobre baixos níveis de estoque (9%); expiração dos medicamentos
(5%); e deficiências no fornecimento de remédios pelo Ministério da Saúde (4%);
entre outros.
As razões, em sua maioria, denotam a falta de uma gestão
logística efetiva para dimensionar recursos financeiros, priorizar insumos de
maior utilização, distribuir corretamente esses materiais e medicamentos entre
as unidades do Estado e controlar o consumo, para programar a reposição em
prazos adequados.
Entre esses hospitais, 17% relataram que, muitas vezes,
ocorrem restrições na realização de procedimentos em função da falta de
suprimentos. Em outros, as soluções todas inapropriadas – passam por:
substituição frequente de materiais por outros menos adequados à realização de
determinados procedimentos ou tratamentos; empréstimos entre unidades;
utilização de estoques de farmácias locais; e aquisição direta de medicamentos
pelas próprias unidades hospitalares.
Essa falta de controle acaba resultando em inúmeros
problemas para as Secretarias de Saúde, que vão de erros no dimensionamento das
compras ao comprometimento na segurança dos tratamentos oferecidos à população.
E o pior, os quebra-galhos perpetuam os problemas nos
estoques: acaba havendo superestimativa de alguns materiais, que são utilizados
além de suas funções, como substitutos, e subdimensionamento de outros, já que
há falhas na comunicação de baixo estoque e improvisa-se com o que se tem à mão.
Além disso, os órgãos públicos enfrentam desperdícios de
insumos (39%) e falta de instrumentos básicos para a assistência (48%).
Fica claro que faltam habilidades específicas aos órgãos
públicos para manter uma gestão logística eficaz no setor de Saúde. Nesse caso,
organizações privadas e com expertises específicas podem contribuir, e muito,
para a melhor utilização de recursos e o bem-estar da população.
Domingos Fonseca, Presidente da UniHealth Logística Hospitalar
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