Falta de mão de obra qualificada e restrição de capital estrangeiro na área hospitalar. Esses foram os fatores principais do painel sobre a expansão do setor de saúde, que ocorreu na quinta-feira (24), no 17° Congresso Latino- Americano de Serviços de Saúde, na Feira Hospitalar, que ocorreu de 22 a 25 de maio.
A escassez de profissionais qualificados foi apontada como um dos principais obstáculos para o crescimento do setor. Para amenizar o problemas, as empresas têm investido na especialização de seus funcionários. Um exemplo é o Grupo Fleury, que abriu uma escola de treinamento dentro da rede. ?É um gargalo do setor. Não por acaso fizemos a universidade corporativa para treinar médicos, técnicos e enfermeiros?, afirmou o presidente do grupo, Omar Hauache.
Também presente no debate, o diretor-presidente da Rede D´Or de hospitais comentou que um dos percalços da expansão na área hospitalar está na legislação que impede o investimento de capital estrangeiro nos hospitais. ?Precisamos de mudanças na legislação. Não faz mais sentido manter a legislação proibitiva de capital estrangeiro?, disse. A Rede D´Or atualmente é parceira do Banco BTG Pactual, por meio de uma operação de emissão de debêntures. ? Hoje, a Rede D´ Or tem o benefício de estar praticamente sozinha, pois poucos hospitais conseguem financiamento?, completou.
Blindagem
Durante o debate foram comentadas as grandes oportunidades do setor da saúde, que passou 2008 praticamente ileso à crise econômica mundial, em razão da importância do setor para a população. Mas também como o aumento do desemprego pode refletir nas empresas de saúde. ?Nosso setor está um pouco blindado com as intempéries do mercado, mas os elos da saúde precisam tomar cuidado?, disse o presidente do Fleury, Omar Hauache. A rede de laboratórios, por exemplo, teve o primeiro trimestre de 2009 atipicamente mais forte- normalmente é um período mais ?fraco? para os prestadores de serviço- pois já sentia o retrato do impacto da crise que eclodiu em 2008 com as pessoas utilizando mais o plano de saúde com receio de perder o emprego.
Para Hauache, uma das formas é crescer junto com os elos. Como outras redes de laboratório, o Fleury tem apostado em parcerias com os hospitais. ?Cada vez mais temos que explorar o ganha-ganha. Com o nosso negócio nos hospitais, ´pegamos carona´ no crescimento deles e oferecemos nossa expertise e, assim, a entidade também aproveita?, afirmou.
O diretor- presidente da Rede D´Or , Jorge Moll, também concorda com certa imunidade do setor de saúde brasileiro diante de possíveis abalos econômicos. ?Dificilmente as pessoas vão abrir mão da saúde suplementar. Isso está, invariavelmente imune, porque um bom convênio médico retém talentos nas empresas?, afirmou.
O diretor da Bradesco Saúde, Sérgio Galvão, comemora o crescimento inédito da seguradora, que aumentou 16,6 no número de vidas e 21% de expansão no faturamento comparando março de 2011 com março de 2012. ?Tivemos o primeiro melhor trimestre na história da Bradesco Saúde. Alcançamos 3, 560 mil vidas. Crescimento em saúde depende de qualidade da assistência médica e custo?. Na linha de redução dos custos,
a Bradesco Saúde prepara uma parceria com as operadoras de autogestão, que entre outras ações poderá ajudar as empresas na prestação de serviço.