Tenho participado do HIMSS há décadas e, no meu ponto de vista, o salão de exibição é onde se tem a verdadeira noção da indústria e do campo em geral. Ao longo dos anos, vimos diversos ciclos se iniciarem. Eu me lembro do HIMSS na minha cidade natal, Atlanta, durante o auge da troca de informações de saúde nos anos 90, quando as companhias telefônicas da região (lembra delas?) realizavam grandes eventos para divulgar sua entrada no espaço da tecnologia de saúde.
Eu me lembro, em especial, de encontrar com um ex-funcionário meu. Ele era, na época, um vendedor importante de uma grande corporação do setor financeiro e estava apresentando um plano para dominar o setor de saúde (não mencionarei nomes para proteger os inocentes). Ele me ofereceu um café e eu concordei prontamente, já que sempre gostei dele. No entanto, ele queria que eu explicasse para ele por que eles estavam no espaço da saúde e como poderiam obter sucesso no setor. Claramente, uma investida falida.
Em 2014, mais uma vez vemos um ciclo positivo se iniciando. O que é diferente desta vez? Será que o setor de saúde dará as boas vindas a novos participantes e novas capacidades de TI? Será que eles irão transforar a indústria?
Para responder essas questões, vamos antes analisar quem são esses novos participantes.
Os maiores e mais chamativos são ambos de empresas de análises ? muitas das quais são grandes seguradoras de saúde disfarçadas ? e algumas são visualmente deslumbrantes: Times Square no HIMSS! Os temas prioritários este ano são bem claros: interoperabilidade, análises, saúde populacional e engajamento de paciente.
Uau! Vamos realmente focar em como a tecnologia da informação pode consertar os serviços de saúde? Será que as impressionantes funções do um EHR versus outro finalmente serão menos importantes do que o fato de eles poderem ou não se comunicar um com o outro? Vamos, de fato, conseguir gerenciar pacientes com doenças crônicas por diferentes provedores de uma forma contínua e admitir que o que eles fazem é tão importante quanto ? se não mais importante ? do que o que fazem os provedores?
A resposta vinda do HIMSS parece ser ?sim? para todos os casos.
Quando conversamos com os fornecedores de interoperabilidade, a maioria deles compreende o que é uma abordagem baseada em API para troca, e alguns até fazem demonstrações. Quando conversamos com os fornecedores de gestão de saúde populacional, alguns oferecem a função embutida e a maioria, hoje, oferece alguma forma de engajamento de paciente como parte integral da suíte de software. Eu visitei um que oferece, também, uma sofisticada abordagem de gerenciamento de processos de coordenação de cuidados ? tudo embutido. Inversamente, eu vi pelo menos um sistema bem conhecido de EHR que oferece serviços de coordenação de cuidados integrados.
Além disso, a maioria desses produtos tem uma interface de usuário simples, atraente e ? ouso dizer até ? intuitiva. Eu vi um produto completamente construído em HTML5. A TI de saúde, mesmo nas maiores empresas, está chegando ao século 21.
Por fim, o Interoperability Showcase, que no ano passado foi um pouco decadente e desprezado pelo salão de exibição, este ano, brilhou.
É imediatamente adjacente e discretamente integrado ao salão principal de exibições ? que, em si, é do tamanho de um campo de futebol (pergunte aos meus pés!). Ali, a equipe SHARP de Harvard demonstra as versões mais novas de suas ferramentas SMART, que são desenvolvidas usando FHIR.
Atravessamos o Rubicon? Parece que sim. A ONC deve se orgulhar do que conseguiu realizar. O resultado final está longe de chegar, mas o jogo foi iniciado.
Uma última e triste observação: o Startup Showcase. O HIMSS deveria se envergonhar. Eles não podiam pagar para oferecer um espaço adequado para que essas jovens e promissoras empresas pudessem demonstrar seus produtos e permitir que mais gente interagisse com eles? Uma vergonha.
* por Mark Braunstein, da InformationWeek Healthcare