Eu sou da

época em que professor educava a criança com tapas de régua e

palmatória, castigo do joelho sobre o milho e outras maluquices que

a ética daqueles tempos admitia. Meu erro mais comum era trocar o

‘p’ pelo ‘b’, ou vice-versa, e por vezes minhas mãos sentiram o peso

deste cruel aprendizado.

A sociedade

aceitava a repreensão, a punição e o constrangimento como métodos

de ensino, e hoje entendemos os efeitos que esta memória pode

imprimir na vida adulta, às vezes de forma definitiva.

Mais tarde,

ainda menino, precisei escolher entre estudar e trabalhar, para então

construir a minha vida empresarial. E entre as tantas coisas que fiz

como empreendedor, somente fui me aquietar quando encontrei a

comunicação.

Como pode um

cara que não teve educação formal completa se meter a fazer um

negócio de mídia e jornalismo? Como pode erguer uma empresa que

promova e valorize conteúdos de alto nível, fora da caixa,

aproximando-se de grandes pensadores, professores, filósofos? Como

pode fazer isso há 17 anos?

Ninguém

precisou me fazer estas perguntas diretamente para que eu mesmo

questionasse a minha escolha. Muitas vezes pensei: porque eu estou

aqui?

Talvez eu

não tenha uma resposta claramente formulada e categórica para tais

provocações, mas de fato eu me apaixonei por esse negócio. Em

2008, criamos o Instituto IT Mídia, que tem o objetivo de viabilizar

a realização do sonho profissional de jovens por meio da educação

e da conexão empresarial. Investimos em educação, com mais de 200

meninos e meninas atendidos pelo programa.

Talvez a IT

Mídia seja a compensação do que um dia me faltou. Talvez seja a

libertação daquela pequena prisão infantil. E agora tenho, junto

com pessoas que acreditam no mesmo propósito, a oportunidade e o

dever de espalhar conhecimento o tempo inteiro.