Obviamente todos já repararam que tanto empresas privadas como órgãos governamentais dispõem de versões do Código de Ética, que basicamente dita as regras de comportamento, do certo e do errado sob a ótica e os interesses de cada uma das empresas privadas, associações e dos governos. Se mergulharmos um pouco mais na origem da palavra Ética, veremos que esta tem um significado diferente de Moral, dois conceitos comumente confundidos. A palavra ?ética? origina-se do grego ?ethos? que significa ?modo de ser? ou ?caráter?, enquanto que a palavra ?moral? tem origem no termo latino ?morales? que significa ?relativo aos costumes?. A Ética nasce da relação entre os seres humanos. Bem, se Ética reflete o caráter, então por que precisamos de um código que nos informe quando estamos agindo de forma correta ou não, se todos estamos protegidos pela presunção do manto da inocência? Por que é que pessoas, empresas e representantes do governo buscam, vez por outra, o caminho fácil da corrupção uma vez que são sabedores do certo e do errado? Mais do que um exercício de temas regulatórios, esse pequeno texto busca provocar a reflexão para que pensemos em qual caminho queremos seguir. Acabo de voltar de um evento internacional no qual um dos principais questionamentos feitos naqueles momentos do cafezinho (o famoso ?em off?) foi a imposição de regras pelos governos que não levam a nada a não ser mais arrecadação, sem efeitos práticos e benéficos para as populações dos diversos países. Isso também não é uma forma desonesta de arrecadar sem dar a devolutiva que se espera do poder público? Assim também não é quando as empresas privadas buscam o caminho fácil da corrupção em detrimento daqueles que seguem o caminho honesto? Fica aqui a provocação para pensarmos a respeito de que mundo queremos para nós e para os nossos filhos. Fazer cara de sério, participar de reuniões criticando a corrupção e agir de forma contrária, ainda que tentando se justificar isso, nada mais é do que hipocrisia. Pensemos a respeito.