Cientistas da Universidade Estadual de Maringá desenvolveram um software médico capaz de realizar o teste da covid-19 em poucos segundos. Baseia-se em uma tecnologia inédita que pode ser utilizada em massa.
O teste é realizado com um filtro plástico aplicado na língua. Pela coleta da saliva faz-se uma fotometria da molécula e em menos de 5 segundos o resultado aparece na tela. Especialistas garantem precisão de 90%.
Segundo Dennis Armando Bertolini, coordenador do projeto, professor do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da universidade, a acurácia é de 90% com margem de erro de 2,5% para cima ou para baixo. “Isso significa que, em 90% dos casos, os testes com resultado positivo são realmente positivos – ou seja, a pessoa tem a doença – e os negativos são realmente negativos.”
Para Dennis, a utilização do SpectroCheck, como foi batizado o software, permitiria rápida triagem da população e o encaminhamento dos casos considerados positivos para a confirmação com a técnica de RT-PCR, além da busca ativa de seus contactantes (familiares e amigos).
A diferença do novo teste é que não gera resíduos ou outros contaminantes, a amostra é direta (coletada diretamente do paciente) e serve como uma ágil e eficiente ferramenta de triagem. “O teste de triagem tem como função auxiliar no apoio e no diagnóstico do tratamento do coronavírus”, explica João Otávio Garcia, diretor da Gluco Scan, empresa paranaense que desenvolveu o software em parceria com a universidade.
A Gluco Scan atua no comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e laboratorial. Recentemente, lançou smartwatches capazes de acompanhar o índice glicêmico. Em parceria com a Universidade Estadual de Maringá, desenvolveu a tecnologia que usa espectômetros para detectar, ou não, o coronavírus.
Próximos passos
O teste foi aplicado em 970 pessoas durante o mês de maio. O principal desafio agora é disponibilizar a tecnologia ao setor de saúde. A empresa ainda aguarda liberação da Anvisa. Segundo João Otávio, já foram apresentados todos os dados para aprovação, inclusive os estudos clínicos. “Estará disponível tão logo a Anvisa fizer a liberação. Hoje nós aguardamos a análise completa de todas as documentações que foram entregues”, explicou João.
O objetivo é ampliar a utilização do teste em locais públicos e privados, com grande fluxo de pessoas, inclusive no pós-pandemia, quando, aos poucos, o cotidiano voltar ao normal.