Parece ficção científica, mas é a realidade, caros leitores. Pesquisadores estão trabalhando em um dispositivo que será capaz de ajudar pessoas que perderam a visão a enxergar novamente. A tecnologia utilizada é através do som, que vai formular imagens no córtex – a camada mais exterior de um órgão – visual de indivíduos cegos.
Segundo o site do periódico Daily Mail, o aparelho, batizado de “dispositivo de substituição sensorial”, é uma criação do cientista Amir Amedi, da Universidade Hebraica de Jerusalém, e usa um algoritmo para traduzir dados visuais em efeitos sonoros. Com pouco tempo de treinamento, os usuários poderão aprender a interpretar esses sons para então conseguirem enxergar forma, localização, posição dos objetos e pessoas e até mesmo ler palavras escritas.
O produto permite que os dados sonoros, criados a partir de imagens, ativem o córtex visual lesionado de pacientes com cegueira congênita, ou seja, que já nasceram cegos. De acordo com Amedi, a camada exterior do olho organiza os dados recebidos em duas vias paralelas: uma que se relaciona com a forma, identidade e cor, e outra que estabelece a localização do objeto e coordena os dados visuais com a função motora.
No caso dos testes realizados pelo pesquisador, o estudo mostrou a ativação de duas vias do cortéx cerebral de pessoas que nunca haviam enxergado antes. Essa ação é semelhante à que pessoas com visão considerada normal são capazes de fazer, mostrando que o bom funcionamento dessa parte do cérebro pode ser conseguido sem estímulos visuais.
Abaixo, um vídeo que mostra o equipamento sendo testado por um cego:
watch?feature=player_embedded&v=ayQFfWgeWN8
Da ficção para o mundo real
Filmes como “O Demolidor” e séries como “Stark Trek” estão cada vez mais perto da realidade. No seriado de TV, o engenheiro Jordy La Forge, que sofre de cegueira congênita, consegue enxergar graças a uma viseira acoplada a seus olhos. Já no filme baseado nas histórias em quadrinhos, o personagem vivido pelo ator Ben Affleck fica cego quando ainda é uma criança, mas desenvolve a habilidade de enxegar através dos ruídos emitidos pelo mundo à sua votla.
Com tecnologia semelhante, o artista irlandês Neil Harbisson é portador da acromatopsia, uma síndrome que atinge a capacidade de visualizar e diferenciar as cores, mas apenas tons de cinza. Considerada o pior estágio do daltonismo, a doença foi driblada por Harbisson com a invenção do “olho biônico”, um dispositivo que permite enxergar tonalidades coloridas através de um microchip implantado no aparelho, que fica em sua cabeça. Assim, o jovem se tornou o primeiro ciborgue reconhecido do mundo, e hoje tem uma fundação que já possui projetos para levar o olho biônico aos cegos do Tibete e Equador.
Fonte: Olhar Digital