A hipertensão refratária já atinge entre 7 e 10% da população com pressão alta no Brasil

Pacientes com hipertensão arterial grave, de difícil controle, que já tomam muitos medicamentos e, mesmo assim, não conseguem ter a pressão controlada, podem contar com a evolução de novas técnicas que auxiliarão no tratamento. A seção Novas abordagens da HAS resistente: ablação dos nervos renais será discutida durante o XXXIII Congresso da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo que acontece no Transamérica Expo Center entre os dias 07 e 09 de junho.

A “ablação” dos nervos renais é uma técnica que consiste em fazer uma fulguração (lesão por energia) da inervação que sai do rim e vai para o sistema nervoso central – por dentro da artéria renal, através de um cateterismo. Os nervos que saem do órgão e vão para o sistema nervoso central estimulam mudanças agudas na pressão arterial, provocando hipertensão.

Segundo Fernanda Consolim Colombo, diretora da SOCESP, o procedimento de “ablação” já é aplicado rotineiramente em pessoas com alguns tipos de arritmias. “A grande novidade é a descoberta de que é possível usar um processo semelhante para tentar desativar os nervos renais que passam bem próximos à parede das artérias do rim”. O procedimento, pouco invasivo, é feito pela emissão de energia (por radio freqüência) pelo cateter dentro da própria artéria, que chega até o local por meio de uma punção na artéria da perna. “A técnica não prejudica a parede do vaso, mas atinge o nervo, que depois de lesado, deixa de enviar mensagens ao cérebro que estimulam a pressão, fazendo então que a hipertensão seja reduzida”, explica a cardiologista.

Também já se sabia, em estudos com animais, que se cortássemos o nervo a pressão arterial diminuía. O desafio estava em como fazer com que esse procedimento fosse pouco invasivo no ser humano, já que os pacientes com hipertensão refratária normalmente tem a saúde fragilizada. “Eles possuem muitas lesões em órgãos como coração e rins e doenças como insuficiência cardíaca ou lesão renal, por exemplo”, conta Fernanda.

Alguns centros universitários no Brasil já começaram a utilizar a técnica em estudos pilotos, já que o SUS ainda não cobre o procedimento.

A inervação renal é apenas um dentre inúmeros fatores ou variáveis que mantém a pressão elevada em determinados pacientes. A hipertensão arterial refratária é uma doença que atinge entre 7 a 10% da população hipertensa no Brasil. “O indivíduo não deixa de ser hipertenso, mas sua pressão torna-se controlada e o número de drogas diminui expressivamente” conclui Fernanda Consolim.

XXXI CONGRESSO SOCESP

Data: 07 a 09 de junho de 2012

Local: Transamérica Expo Center

Endereço: Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387

Informações e inscrições: www.socesp.org.br

ou pelos telefones: (11) 3179-0049/0068/0039/0042