A nova gripe e a obesidade
* Mauro Scharf
A Gripe A ou Gripe Suína é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus Influenza tipo A/H1N1. São reconhecidos fatores de risco para complicações e óbito por Influenza: idade menor que dois ou maior que 60 anos de idade; doença pulmonar ou cardíaca crônicas; insuficiência renal crônica; diabetes mellitus; hemoglobinopatias; gravidez e imunossupressão primária ou adquirida. Estes grupos requerem atenção especial. Nestes casos, um dos maiores riscos é a gripe suína evoluir para um quadro grave de pneumonia.
Mas a lista de fatores de risco para a gripe suína está sendo revisada. Especialistas estão analisando o real impacto de características específicas e problemas de saúde preexistentes para o agravamento da doença. A obesidade ou sobrepeso estão nesta esfera.
Um estudo feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em Atlanta, nos Estados Unidos, verificou uma frequência de obesidade entre os casos mais severos da gripe suína.
Esta relação entre a obesidade e o possível agravamento para a gripe suína está sendo questionada. Nos Estados Unidos, parte dos pacientes que apresentaram sintomas mais graves era obesa. Mas um porcentual significativo da população norte-americana tem esse perfil. Em outros países, como Chile, a relação entre obesidade e casos graves não se repetiu.
Por enquanto, o que estudiosos descobriram é que a obesidade é um fator de risco para as complicações clínicas da gripe suína. Isso porque os obesos, mesmo sem ter uma doença estabelecida, costumam ter a ventilação do pulmão prejudicada. Ou seja: a quantidade de ar inspirada é menor do que a inspirada por indivíduos com peso normal. O estudo indicou que, como o vírus H1N1 prefere se instalar nos pulmões, isto está levando a uma maior complicação respiratória nos obesos. Além das complicações respiratórias a obesidade traria algumas doenças associadas como diabetes, hipertensão, triglicerídeos elevados e colesterol alto, que podem afetar o sistema imunológico.
Já a relação entre o diabetes e a gripe suína parece não poder se questionada. O diabético tem mais propensão a se complicar com a bactéria pneumococo, o que agravaria um quadro de pneumonia decorrente da gripe suína. Os diabéticos que usam insulina têm uma resposta imunológica menor e estão, portanto, mais suscetíveis a contrair uma pneumonia.
Também os pacientes corticodependentes estão neste grupo especial. Quem faz uso de corticóides para tratar doenças como reumatismo também tem a imunidade diminuída e tende a ter mais complicações em gripes, especialmente a suína.
* Mauro Scharf é endocrinologista da Pasteur Medicina Diagnóstica/ DASA e um dos fundadores do Centro de Diabetes de Curitiba
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