A medicina luta para promover o aumento de sobrevida global aos pacientes com melanoma, espécie de câncer de pele difícil de tratar, cujos tratamentos tradicionais raramente funcionam. Estudos com ganho prognóstico foram apresentados neste último final de semana em Chicago, durante o Congresso da American Societ of Clinical Oncology (ASCO). Ipilimumab e verumafenib são drogas que atuam no sistema imunológico e foram apresentadas em estudos que avaliaram seu benefício quando combinadas ou não a quimioterapia.
Os dados mostraram aumento de sobrevida em algumas semanas, mas os efeitos colaterais são maiores nos grupos que usaram esta estratégia. Mais de 1/3 dos pacientes que receberam o verumafenib, por exemplo, precisaram ter a dose do medicamento reduzida em decorrência de efeitos colaterais. O fato é que alguns pacientes têm respostas excepcionais e retomam suas atividades e qualidade de vida.
Ainda não aprovadas no Brasil, se calcula que os custos serão elevados e restritos a poucos pacientes.
“O debate sobre acesso sempre deve ser pautado, sem querer apagar as esperanças dos pacientes e familiares, é fundamental que fique muita clara qual a expectativa real de mudança de evolução, com suas potenciais vantagens e riscos. A identificação de drogas ativas, com mecanismo de ação sofisticados, principalmente em doenças graves como melanoma, sempre é bem vinda. Ainda precisamos progredir na identificação biológica de quais são os pacientes que vão ter mais benefícios do que riscos” diz o oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, Stephen Stefani.
“Temos uma dúzia de novas drogas sendo investigadas em melanoma e, pela primeira vez, temos razões para dar aos médicos e pacientes esperança” diz Timothy Turnham, da Melanoma Research Foundation.
O evento reuniu mais de 30 mil oncologistas de todo mundo, para apresentação dos principais estudos originais e debate das informações atuais em Oncologia.